3.2.18

Três (ou bastantes mais!) notas em Lisboa


Fui (finalmente) ao badalado JNcQUOI. Almocei no restaurante do piso nobre, naquele espaço ao lado do Teatro Tivoli, excelentemente decorado e com bom ambiente (muito turístico-abastado). Também visitei o belo balcão no andar inferior, com bons vinhos à venda. Mas voltemos ao andar de cima: a relação alimentação/serviço/preço esteve muito longe de me satisfazer. Pratos muito caros e um serviço “casual arrogant” (a nossa mesa foi brindada com um “hispano parlante” sem o mínimo de “métier” e com escassa cortesia). Mas, atenção, nada de negativo a dizer quanto à comida, antes pelo contrário. Também por aquele preço, era só o que faltava que não estivesse boa! Mas já há muito tempo que não esperava tanto tempo por um café no fim da refeição, coisa inadmissível num espaço daqueles. Pronto, ficou feito o “vezinho” e, como diz um amigo meu, fui lá três vezes: a primeira, a única e a última...


Já não ia ao Ibo, o moçambicano do Cais do Sodré há uns tempos. Sem ser deslumbrante, o espaço é simpático e, em especial, agradou-me sempre muito a esplanada exterior (agora impossível de usar à noite). O serviço é agradável e atento. O preço é um pouco desmesurado: sempre foi caro e está mais. A comida esteve assim-assim, confesso. Tinha uma ideia bem melhor da cozinha do Ibo. Embora com boa apresentação, a oferta pareceu-me um pouco “cansada”, talvez fruto de uma lista demasiado longa e do restaurante já não ter de lutar por clientela. A carta de vinhos está especulativa de mais. E, claro, não gostei que não houvesse precisamente o prato que eu queria e e o vinho que me apetecia. Não volto tão cedo.


Jantar no Gambrinus. Esta é uma Lisboa constante, cara (claro!), com um serviço impecável, rigoroso, profissional. O Gambrinus é o restaurante mais previsível que conheço. Não há surpresas, não há deceções, tudo está no ponto. É uma “senhora” por quem não passa o tempo. Perguntei por um vinho que estava na lista e que não conhecia: foi-me dada uma explicação que correspondeu, ponto por ponto, àquilo que viria a beber. E estava à temperatura certa, o que começa a ser raro por aí. E o Gambrinus tem “voiturier” ("manobrista" no Brasil), o que é comodíssimo. Ah! e café de balão, preparado ali à nossa frente, tal como são os crepes, com o fogo à vista. Grande Gambrinus! Se tivesse muito dinheiro, ia lá mais vezes.

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