30.11.16

Dona Lurdes


Há dias felizes assim, como hoje. Batemos com o nariz na porta de um restaurante em Pedras Rubras, que imprudentemente não havíamos cuidado em verificar se estava aberto, e decidimo-nos por um outro, na Maia, de que nos falavam bem. E era verdade. Numa avenida larga da bem urbanizada cidade periférica do Porto, o Dona Lurdes é um belo espaço de restauração - moderno, arejado, com bom gosto e um serviço atento, conhecedor e educado, executado pelo próprio dono. Na impecável cozinha à vista plena da sala, a sua mulher, uma transmontana de Sabrosa, orienta uma equipa fardada a rigor, um rigor que se notou também no cuidado culinário posto em tudo aquilo que nos foi servido, em doses generosas e de muito boa qualidade. Um vinho da casa muito simpático e sobremesas de se comer e chorar por mais completaram uma excelente refeição, numa boa relação qualidade/preço, que nos saciou o apetite mas no-lo abriu para uma muito próxima nova visita.

28.11.16

Vila Real


O meu amigo Sérgio Rebelo, que oficia economia lá por Chicago, tem um magnífico blogue sobre a "terrinha" onde acaba de colocar, em inglês, uma referência ao Restaurante Lameirão, em Vila Real, uma das oito maravilhas do mundo (já havia sete...). Não fui eu quem lhe indicou o poiso gastronómico, foi ele quem o descobriu.

Aqui fica o link.

Vila Real


O meu amigo Sérgio Rebelo, que oficia economia lá por Chicago, tem um magnífico blogue sobre a "terrinha" onde acaba de colocar, em inglês, uma referência ao Restaurante Lameirão, em Vila Real, uma das oito maravilhas do mundo (já havia sete...). Não fui eu quem lhe indicou o poiso gastronómico, foi ele quem o descobriu.

Aqui fica o link.

21.11.16

Recado às escolas de hotelaria


Não será possível ensinar ao pessoal que sai das escolas hoteleiras portuguesas, para benefício dos profissionais que delas saem para hotéis e restaurantes, três coisas muito simples, mas essenciais para a prestação de um serviço de restauração educado, amável e respeitador?

A primeira é que nunca, mas NUNCA, se trata o cliente por "você". É uma indelicadeza, uma falta de consideração e, no meu caso, representa um ponto muito negativo na decisão futura de regressar a uma restaurante.

A segunda, que também muito se vê por aí, é o gesto de passar as coisas à frente dos clientes, sejam os pratos, seja a colocação de talheres. Salvo se tal for de todo impossível, por dificuldades absolutas de espaço - situação em que o empregado deve pedir licença para esse gesto excecional - não é admissível que o braço do empregado se atravesse à frente do cliente. Neste caso, raramente me coíbo de fazer uma observação, o que, por vezes, acaba por ter um efeito negativo no fluir normal do resto do serviço.

Finalmente, a terceira observação tem a ver com o serviço do vinho. Desespera-me o afã com que os empregados despejam, com uma irritante regularidade, o vinho nos copos, procurando esgotar tão cedo quanto possível as garrafas. Tenho assistido a cenas em que, servida uma primeira vez uma mesa com meia dúzia de pessoas, a garrafa chega logo ao fim e o empregado se apresenta, com falsa inocência, a perguntar se queremos que se abra logo outra. É uma "chico-espertice" que, no meu caso, leva a que, no final, eu o brinde o empregado com "zero" euros de gorjeta. Quando a refeição se passa entre gente sem cerimónia entre si, é possível pôr cobro fácil ao abuso, com um alerta imediato ou um "deixe ficar a garrafa, nós servimo-nos". Porém, tratando-se de pessoas com as quais há menos confiança, um gesto desses é mais difícil de ser executado, o que faz com que, não raramente, quase o volume de uma garrafa de vinho fique, no final da refeição, nos copos (em especial de quem bebe menos).

Repito: não seria possível as escolas de hotelaria ensinarem a não proceder desta forma?

20.11.16

Mário Luso


Já há uns anos que não parava no Mário Luso, um clássico nos Carvalhos, na saída sul do Porto. Criado em 1942, foi, durante décadas, um apoio seguro na estrada nacional nº 1, entre o Porto e Lisboa, que ali passava à porta. O restaurante fez entretanto evoluir o seu espaço, desde há alguns anos, "confortabilizando-o" bastante, mas sem lhe retirar o cunho rústico muito próprio. O pessoal de apoio às mesas é de uma extrema simpatia e a qualidade do seu serviço é muito boa. Desta visita, ao lado de várias notas positivas que alicerçam a vontade de voltar, ficaram-nos alguns "mixed feelings" sobre aquilo que nos foi servido. Pela sua história, pelo esforço que há muito o Mário Luso desenvolve, com grande empenhamento, prometi-me regressar daqui a uns tempos, para um tira-teimas comigo mesmo.  

19.11.16

Paparico


É uma oferta gastronómica radicalmente diferente aquela que o Paparico, na Rua Costa Cabral, no Porto, nos oferece nos dias que correm. Sou do tempo, a partir do final dos anos 80, onde por ali preponderava o meu amigo Cardoso, um homem de Resende, de onde trazia algumas vitualhas e líquidos do Douro, na base dos quais assentava uma cozinha tradicional portuguesa de grande solidez. Assisti depois ao alargar do espaço, das quatro mesas originais para a criação da ampla sala adjacente, com a pedra das paredes a projetar conforto. Comi por lá muitas vezes, sempre muito bem. Voltei agora. O "conceito" é outro, radicalmente diferente. Apenas menus de degustação, de preço elevado, tornando-se muito elevado (para os padrões portugueses) se aceitarmos a harmonização de vinhos proposta. Não fomos por essa opção, escolhendo um acompanhamento da excelente lista de vinhos que o restaurante apresenta, com preços também eles um tanto inflacionados, o que talvez explique que a nossa mesa fosse a única com portugueses. O jantar foi de muito boa qualidade, sem ser deslumbrante, com um serviço extremamente profissional e sabedor. Fiquei com a sensação de que o "novo" Paparico é uma espécie de "ilha" turística para bolsas abonadas. Só lhe posso desejar boa sorte!  

Parlamento


Come-se muito bem no Parlamento. E não me refiro ao restaurante da Assembleia da República. O Parlamento de que lhes falo é o mais clássico restaurante de Arouca. Há anos que ouvia falar dessa catedral da restauração, mas só agora tive o ensejo de passar por lá, para um almoço com amigos. Foi uma experiência excelente, que tenciono repetir logo que possível. O espaço não tem nada de extraordinário, o serviço tinha aquela simpatia expectável da província, mas a comida era de "chorar por mais". As opções da lista foram clássicas, das carnes à doçaria, que, como é sabido, é uma das "perdições" da terra. Com "parlamentos" destes o povo "governa-se" sempre bem.

18.11.16

Versailles


Só não sou um "habitué" da Versailles porque esta pastelaria e restaurante me não fica "à mão". É sempre um lugar agradável para um chá, com um serviço profissional e atento. Nos dias que correm, as obras na Avenida da República tornam uma ida à Versailles numa espécie de caminho entre trincheiras mas, pronto!, passei por lá para almoçar. Reservei uma mesa "em cima", porque desagradam-me as do piso térreo, onde se não consegue ter uma conversa discreta. A refeição não ficou nos anais, mas a Versailles é um espaço tão simpático que (quase) esqueci que apenas comi "assim-assim". 

16.11.16

Café de S. Bento


Há poucos lugares onde não se corre o risco de comer mal. O Café de S. Bento, junto à Assembleia da República, em Lisboa, é um deles. Nunca de lá saí desiludido e sou um cliente com décadas de visitas. O preço não é barato, mas a qualidade é soberba, em especial a carne dos famosos bifes da casa, o "rollsbife" de Lisboa. O pessoal é impecável no seu profissionalismo e simpatia. O espaço, em especial depois da remodelação há uns anos, está excelente. É um imenso gosto jantar por ali (embora agora abra ao almoço). Eu, que não gosto de jantar sozinho, quando eventualmente isso acontece faço-o, com grande agrado, no Café de S. Bento. 20 valores!