27.1.23

Sabiam?

 


Portugal teve, pela primeira vez, em 1929, o seu nome inscrito nos Guias Michelin, através do Hotel de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e do Hotel Mesquita, em Vila Nova de Famalicão, que então obtiveram uma estrela, que sustentaram por vários anos.

23.1.23

“Restaurante da Adraga”


Chega-se lá descendo a estrada que sai do centro de Almoçageme para a praia da Adraga - lindíssima, ali ao lado. A casa chama-se, simplesmente, “Restaurante da Adraga”. Existe desde 1905, acreditem! Conheço este pouso há muito tempo, mas só lá vou quando o rei faz anos, quase sempre com amigos, tanto mais que não é todos os dias que ando pela zona de Sintra e Colares. Trata-se de um local agradável, de decoração simples, mas onde recordo ter sempre comido bem. O pessoal é simpático e diligente. A especialidade da casa, como não podia deixar de ser, é o peixe e muitas outras boas coisas do mar, mas os carnívoros radicais não passarão fome, podem estar descansados. Ontem, à nossa mesa, além de uma sopa de peixe, estiveram umas ameijoas em molho de alho e coentros, um linguado de que me disseram maravilhas, um polvo à lagareiro e um chocos com tinta. Tudo a preceito. A conta foi equilibrada, com um branco de Borba a ajudar. À terça-feira, o “Restaurante da Adraga” fecha. Mas, de quarta a segunda, está sempre aberto, das 12:30 às 22:00. Em especial nos fins de semana, é recomendável reservar com antecedência pelo 219 280 028.

21.1.23

“Terroso”


Chama-se “Terroso”. É um pequeno restaurante (20 lugares) e “wine bar”, no dédalo de ruelas velhas de Cascais, não longe da Câmara e do Hotel Baía, só para orientar quem chega. Tinha ouvido falar da casa, mas nunca a visitara. Só de olhar para as garrafas que, em armários, envolvem a sala é-nos induzida uma sede sofisticada (ter um Crasto vinha Maria Teresa ali à mão, a mim, desestabiliza-me). A lista segue um registo clássico, mas é muito equilibrada nas suas escolhas e, o que é cada vez mais importante nos dias que correm, nos preços. Fora dela, havia uma feijoada à brasileira que estava de comer, como de facto comemos com grande gosto, e de chorar por mais. Optámos por não chorar e, alegremente, partimos para as sobremesas, uns doces a preceito. Na cozinha e no comando das operações, estava a proprietária, dona Vitalina Marques de seu nome, uma senhora simpática que, por muitos anos, oficiou naquele que foi (bem antes do tempo dela, mas já no meu) um dos primeiros restaurantes do momento “trendy” do Bairro Alto, nos anos 70 do século que se foi, o histórico ”Alfaia”. A fantástica escolha dos vinhos da casa é da responsabilidade do marido, Pedro, com uma qualidade atestada pelo prémio que foi atribuído à casa pela “Revista de Vinhos”. O Terroso fica na Rua do Poço Novo, 17, como referi, em Cascais. Telefonem (sempre, claro!) a reservar, pelo 214 862 137. Domingos e segundas-feiras, o Terroso encerra. Vão ver que não lamentarão seguir esta minha opinião, seguindo uma bela dica do Zé Paulo Fafe.

15.1.23

“Ponderosa”


É preciso já ter alguma idade para alguém se lembrar da “Ponderosa”. 

Não falo do famoso rancho da série televisiva “Bonanza”, por cá a preto-e-branco, em que o pai Cartwright e os seus três filhos, cada um com a sua ideossincrasia, revelavam um Oeste americano com uma bonomia e uma graça como, até então, o não tínhamos visto.

“Ponderosa” era também o nome, seguramente inspirado na série, de um conhecido restaurante na Estrada Nacional nº 1, na zona da Azambuja, onde, nos anos 60 e 70 do século que já vai, esteve na moda fazer uma refeição, nas idas e vindas para o Norte. Fechou, há muito. 

Em frente, também há bastante tempo, abriu um motel e mais um sítio para comer, o que por ali vier ao dente, que adotaram o mesmo nome. Não senti vontade de entrar, mas, pelo ambiente que se respirava do exterior, se há sítio adequado para afixar um calendário Pirelli dos antigos este seria um deles.

O velho “Ponderosa”, de que deixo uma imagem desta tarde, terá sido, entretanto, uma discoteca. Hoje não parece ser nada, a não ser uma memória de outros tempos, de um dos muitos “lesados da autoestrada”.