Como se lá chega não sei explicar, mas qualquer GPS ajuda a percorrer, a partir da A4 ou do centro de Paredes, uns escassos quilómetros até chegar à Casa do Baixinho, no nº 447 da rua do Paço, numa zona rural.
17.12.22
Casa do Baixinho (Paredes)
Como se lá chega não sei explicar, mas qualquer GPS ajuda a percorrer, a partir da A4 ou do centro de Paredes, uns escassos quilómetros até chegar à Casa do Baixinho, no nº 447 da rua do Paço, numa zona rural.
9.12.22
Feito ao bife!
4.12.22
Évora à mesa
3.12.22
Taberna do Adro (Vila Fernando)
O saldo populacional, contudo, aumenta um pouco às horas de almoço e jantar, por via dos utentes da “Taberna do Adro” (que fecha às quartas, desde já aviso). Pela mão hábil da Dona Maria José Sousa uma cara hoje muito popular para quem gosta de aprender culinária pela televisão, com o marido no “backstage” e o filho e o neto a oficiarem às poucas mesas, ali se apresenta uma cozinha alentejana tradicional, sem arrebiques nem efes-e-erres, a preços pré-guerra, num ambiente agradável e acolhedor. Miguel Esteves Cardoso fez-lhe adequada menção no “Fugas” e a nossa Academia Portuguesa de Gastronomia consagrou, há pouco, a genuina divulgação mediática da cozinha alentejana que a Senhora faz (40 programas, gravados em Madrid, já há uns tempos, contou-me).
Há alguns anos, tinham sido os alertas gastronómicos dos meus amigos Fortunato da Câmara e Fernando Melo que, respetivamente no “Expresso” e no “Diário de Notícias”, me tinham obrigado a anotar este endereço, onde a vida, contudo, ainda me não tinha trazido.
A experiência desta refeição trouxe-me agora à memória, gustativa e não só, outros tempos da primeira morada do Chana do Bernardino, na Aldeia da Serra, da época originária do Chico, em São Manços, ou dos alvores do Manuel Azinheirinha, no Escoural. Da lista, que não é longa, o que se saúda, ficaram por experimentar o pastelão de espargos, que a casa recomenda, a tomatada de galinha, o cachaço de porco preto e os pezinhos, e algumas sobremesas. E nem digo o que se comeu.
Onde fica Vila Fernando? Não fica longe de Elvas, não fica longe de Estremoz e não fica longe da A6. Como diz o “Michelin”, para aquilo que se recomenda, “vaut le détour”. Fá-lo-ei mais vezes. Deixo a capa da lista, debruada a pano. Fechada, para abrir o apetite de quem lê.
2.12.22
“Andas no Larau?”
30.11.22
12
Não cabem mais de 12 de pessoas em cada uma das salas de qualquer destes dois restaurantes de Évora, que não podem ser mais diferentes um do outro.
29.11.22
“Colina”, Lisboa
Não me estou a referir às tascas, com toalhas de papel, travessas metálicas e uma barulheira imensa, que cumprem hoje esse papel, como alternativa popularucha, adequada ao poder da bolsa. Falo de restaurantes serenos, com guardanapos de pano, serviço personalizado à antiga (“O seu esparregado, dona Matilde”), algumas madeiras no cenário e total ausência de pressão para se abandonar a mesa (“Ó senhor Vítor! Por favor, traga-me outro café e uma bagaceira da casa”, dizíamos, quando o nosso fígado era outro).
No género, ali perto, por muitos anos, existiu o “Funil”, que agora se modernizou e perdeu o propósito. Também havia “O Polícia”, hoje uma sombra do que foi, e a “Adega da Tia Matilde”, que, pela minha última e infeliz experiência, há meses, devia ter ido com o cliente Eusébio para o Panteão. Da mesma natureza, na avenida de Paris, esteve, por muito tempo, o “Isaura”, para onde se entrava por uma escada em caracol, que nos levava a uma cave com estantes, onde existia uma bela “biblioteca” de vinhos. O “Pote”, na João XXI ainda hoje cumpre um pouco essa função. Num registo mais simples, e ainda nas Avenidas que um dia foram novas, tenho grandes memórias da “Imperial do Campo Pequeno”, de que fui vizinho e freguês assíduo.
Quase todos os bairros de Lisboa tiveram restaurantes do género. Aos fins de semana, era vulgar ver avós, pais e filhos, de famílias com algumas posses, em almoçaradas. Até na Baixa, o “Paris” cumpria essa função.
A “Colina” ali estava, igual à que sempre a conheci. Na clientela deste domingo descortinei vários nomes que estiveram na berra nos anos 90, a que a idade trouxe um corfortável anonimato, mas também ali cruzei um poderoso ministro deste governo (como este é um governo sem muitos ministros poderosos, é fácil lá chegar), à espera do seu “take away”.
Como é que se comeu? Bem, embora sem deslumbre. A oferta é a clássica para este tipo de casas, pratos sólidos, sem surpresas nem arrebiques. Com a casa cheia, o serviço teve o ritmo certo, tudo a sair a um custo razoável. Foi bom regressar à “Colina”!
(“Não fales muito na “Colina”, nas redes sociais!”, alertou-me uma amiga. “Se vai lá muita gente, ficamos sem mesas!”. Arrisco).
14.11.22
Terra (Foz, Porto)
13.11.22
Faz Figura (Lisboa)
Foi ao almoço de hoje, no “Faz Figura”, com o sol a mostrar-nos dali um Tejo soberbo. O cozido do domingo, que o Jorge Dias sempre me recorda numa semanal SMS, lá estava, magnífico, com este tipo de descrição, num dos vários “mostruários”, a ajudar-me a regular o grau de colesterol que pretendo ingerir. Há coisas muito boas nesta Lisboa!
9.11.22
Entre Amigos (Rio de Janeiro)
Quando, em 2018, no Rio de Janeiro, em 2018, desapareceu o afamado restaurante de origem portuguesa “Antiquarius”, a cidade perdeu um ícone social quase sem par. Criado por Carlos Perico, chegado ao Brasil na vaga pós-25 de Abril, o “Antiquarius” passou a ser um “must” carioca, com a Lisboa que detestava a Revolução - mas não só! - a fazer dali um pouso saudosista. Mas quem gostava de Abril também por lá passava, quando podia. Eu, por exemplo.
30.10.22
“A Mesa”, “The Emerald Hotel” (Lisboa)
23.10.22
Solar dos Duques (Lisboa)
21.10.22
Raposo (Lisboa)
Sei muito pouco do restaurante de que hoje falo. Não faço ideia de quando nasceu, não sou amigo dos donos, nem outras coisas que criam intimidade com o lugar e nos ajudam a escrever sobre ele.
19.10.22
Casas do Bragal (Coimbra)
Coimbra, para mim, foi sempre um mistério em matéria de restauração recomendável - e deixo estas linhas expostas às balas de reação dos conimbricenses fanáticos. Por anos, e porque a abundante Bairrada era já ali perto, passávamos adiante. Nos tempos em que a sina rodoviária nos encafuava obrigatoriamente na EN 1, às vezes com longas filas para atravessar a cidade, um tio ensinou-me o “Pinto d’Ouro”, um clássico desaparecido há muito (os últimos anos foram de trágico declínio), à entrada da ponte. Do outro lado do Mondego, havia um restaurante simpático, cujo nome me escapa, logo à saída da Portagem, nos primeiros metros a caminho da estrada da Beira. Se com pressa, ia-se a uma espécie de snack-bar, cujo nome também esqueci, em frente à Auto-Industrial. Com mais tempo, numa de típico, fazia-se uma surtida ao Zé Manel, mas eu nunca fui muito de ossos. E que mais? A sério, havia o restaurante das piscinas e ainda há, mais p’ró fino e carote, mas muito bom, o “Arcadas da Capela”, na Quinta das Lágrimas. E uma ou outra coisa, como o restaurante do museu Machado de Castro, uma boa experiência. Mas tenho de me informar melhor sobre a atual oferta restaurativa em Coimbra.
17.10.22
Paco (Lisboa)
Há quantos anos eu não ia ao “Paco”, em frente à Gulbenkian! Nesse tempo, nos anos 70 e 80, o “Paco” era a opção “do meio” entre a “Gôndola”, que já lá vai, e o “Ó Lacerda”, que estoicamente ali continua.
5.10.22
Cícero (Lisboa)
Cícero Dias foi um excelente pintor pernambucano, da época do modernismo. Alguém decidiu homenageá-lo em Lisboa, criando um restaurante-bistrot em Campo de Ourique, chamado “Cícero”. Fica na rua Saraiva de Carvalho, no local onde esta artéria cruza com a Tomás da Anunciação. Os proprietários, recheados de bom gosto estético, criaram, num espaço limitado, quatro áreas diferenciadas. A obra de Cícero Dias é evocada por lá.
27.8.22
Vela Latina (Lisboa)
21.8.22
“São Gião” (Moreira de Cónegos)
Posso imaginar que, para algumas pessoas, seja uma ousadia eu dizer, sem papas na língua, que este é o melhor restaurante de Portugal. Seja! Essa é a minha opinião e, para quem aqui me acompanha, isso não é nenhuma novidade. Passei por lá ontem. A carta tem coisas novas, desde as entradas (mas repeti os clássicos figos recheados com foie gras) até às sobremesas (nunca tinha provado tonka!), passando por alguns pratos (o bacalhau salteado com espinafres e gambas estava que nem lhes digo!). Imaginação, criatividade e um uso muito competente dos produtos da terra, com os cogumelos regularmente à mão daquela cozinha. Como a ocasião impunha comemorar (só se vive uma vez!), saiu um Crasto reserva, por forma a ter um suporte líquido à altura dos sólidos que iam vindo para a mesa. Brindou-se também à memória de uma grande amiga brasileira, que adorava aquele local. Um dia não são dias! O João Nunes, na ausência momentânea do pai Pedro, fez-nos as honras da casa. Faço notar, além de tudo, que o serviço de mesa do São Gião é impecável, com a delicadeza nortenha a marcar um profissionalismo sem falhas. 20 valores! Onde fica o São Gião? Em Moreira de Cónegos, a dois passos de Guimarães, ao lado do estádio do Moreirense (que ontem deu 3-0 ao Torreense, resultado infelizmente logo copiado, com imensa falta de imaginação, ali perto). Ainda bem que Moreira de Cónegos é longe de Lisboa! Se o São Gião ficasse em Moscavide, eu já estava arruinado! Porque alguns perguntam: e o preço? Adequado, é o que posso dizer.
20.8.22
Restaurante da Pousada (Santa Maria do Bouro)
19.8.22
“Victor” (São João de Rei)
17.8.22
“Cruzeiro” (Santa Maria do Bouro)
Há quantos anos conheço o "Cruzeiro", em Santa Maria do Bouro? A casa tem 63 anos. Devo ter ido por lá, a primeira vez, nos anos 80, quando o Gerês andava muito no meu roteiro regular de férias. Quase que aposto que a lista não devia andar longe daquilo que ainda hoje é: o cabrito, o bacalhau, a carne assada, as papas de sarrabulho, os rojões, o pernil e coisas assim. Até das rabanadas da casa me lembro. Hoje, voltei a almoçar lá. Era um dia “impossível”! Nos agostos, há um mundo a pousar por ali, muitos emigrantes com família, muito viajante pelo Minho, que já aprendeu onde se come bem. O “Cruzeiro” não aceita reservas para depois do meio-dia-e-meia. Assim, à chegada, há que “dar o nome” e esperar. E assim fiz e fiz muito bem. Dez minutos depois, com a casa a abarrotar, na ordem devida, estávamos sentados e tudo começou a chegar, na sequência certa, cozinha rápida, simpatia e diligência no serviço, impecável de eficiência e elegância (guardanapos de pano, claro). Ah! E comeu-se bem. Aproveitei a passagem, junto à mesa, da Dona Maria Isabel, a conhecida proprietária que ainda hoje dá uma mão, no meio daquela azáfama, para a felicitar pela qualidade do que o “Cruzeiro” há anos nos proporciona. Querem saber quanto custou um cabrito para dois, antecedido de sopa, sobremesas, pão e manteiga e meia de Esteva? 35 euros! É verdade! Como antes se dizia: há um Portugal desconhecido que espera por si.
“Beach Club” (Soltróia)
15.8.22
Gonçalves (Carrasqueira)
O Retiro do Pescador (da Sílvia) estava fechado. O Rola não atendia o telefone. A Escola também não. O Grão de Bico não servia jantares. Aquilo, lá por Tróia, está sem grande graça. Achámos que, na Comporta, o São João e a Cervejaria não deviam ter lugares. Nem pensei em tentar conseguir uma mesa, a uma hora decente (às vezes, propõem que cheguemos num horário que é mais adequado a um lanche, outras vezes já a cair para uma ceia), no Dona Bia, no Gomes ou no Museu do Arroz. Nem nos restaurantes das praias, onde as melgas nos comem vivos, desde os parques de estacionamento (será minha impressão ou este ano há menos?). Decidimos, assim, ir ao Gonçalves, na Carrasqueira. Lembrei-me, ao chegar, que ali tinha cruzado, uma noite, o meu amigo Caetano da Cunha Reis (e telefonei dali à Mami, a saudar a memória do Caetano). Nesta ida ao Gonçalves, comeu-se como sempre, sem exceção, se comeu por lá: relativamente bem. O meu prato, contudo, que parecia uma coisa simples, demorou imenso a aparecer. O serviço foi agradável, mas ineficaz face à gestão temporal da cozinha, onde vislumbrei um funcionário com um turbante com a cor do rótulo da quinta do Vallado. A conta final não surpreendeu. Saldo? Treze valores, desta vez, para utilizar uma medida clássica.
14.8.22
“Cavalariça” (Comporta)
Tinha ido lá, a última vez, no saudoso tempo em que ninguém ainda tinha ouvido falar do almirante Gouveia Melo, isto é, fui lá antes da pandemia. Trazia na memória “mixed feelings”. A comida tinha sido boa, mas o serviço era um pouco “casual arrogant” (ou “a armer”, como diz, em erro francês deliberado, uma familiar minha), o preço era demasiado “puxadote”. Por essa altura (agora não é muito diferente, a bem dizer), salvo nas praias, a Comporta tinha poucas alternativas onde se podia ir à confiança. Passando ao que importa: está-se a comer muito bem, nos dias de hoje, no Cavalariça! Comida imaginativa, lista interessante, muito bem confecionada e apresentada, serviço de mesa muito agradável (que não percam o profissionalismo dessa brasileira de Santa Catarina!), preço, naturalmente, “a condizer”. Mas sai-se com a satisfação de ter gasto bem o que lá se deixou.
13.8.22
Il Mercato (Lisboa)
20.7.22
Geographia (Lisboa)
O “Geographia” é, dos restaurantes “íveis” (isto é, restaurantes a que se pode ir), o que fica situado mais próximo do local onde vivo. Onde fica? Basta dizer que, da porta do restaurante, se vê a parede lateral do Museu Nacional de Arte Antiga.
17.7.22
Clube de Jornalistas (Lisboa)
Foi-se a Gôndola, apagou-se o Trinta e Três, já há muito tinha desaparecido o Antigo Retiro do Quebra-Bilhas. Outros lugares ao ar livre, às vezes com uma parreirinha (no Rato, no Campo Pequeno, na Luneta dos Quartéis), ousaram contrariar uma Lisboa que, por muitos anos, parecia amedrontada em comer sob o céu.
16.7.22
Jockey (Lisboa)
Para quem não conhecer o local, lá chegar pode ser uma espécie de aventura (talvez com GPS seja fácil). O Jockey é um restaurante que fica no meio do hipódromo do Campo Grande. Entra-se pelo topo norte da avenida que passa em frente à cantina e por detrás da reitoria da universidade de Lisboa. É essencial reservar (217 957 521). Dizemos ao que vamos numa cancela e procuramos o local. Há que ter cuidado onde se estaciona, porque as vagas, por ali, são como agulhas num palheiro - e ali há muita palha! Pelo caminho, não se admire se, às vezes, se cruzar com uma fauna de nariz arrebitado, a armar ao fino e a bater o tacão, claramente indisposta por interrompermos a exclusividade do seu lazer equino.
12.2.22
DeRaiz
Assim não vamos lá! Ou há mudanças drásticas ou este país não se endireita! Não há dietas que resistam, o colesterol (como a inflação, os juros e o serviço da dívida) não para de aumentar, os trigliceridos disparam, os açúcares ficam sem dono. O SNS, assim, estoura! Ou se aproveita esta maioria absoluta para pôr cobro a isto ou o país fica ingovernável!
22.1.22
Zambeze (Lisboa)
Fui lá, pela primeira vez, já há muitos anos. E gostei. Volto, de quando em vez, sempre sem me arrepender. Fica a meio caminho entre a rua da Madalena e o castelo, por detrás do CDS, um pouco antes do Chapitô, com o qual partilha uma deslumbrante vista sobre Lisboa. O Zambeze apresenta uma bela e competente lista onde, juntamente com a culinária portuguesa, se podem encontrar algumas notas gastronómicas moçambicanas (tal como acontece no Ibo, no Cais do Sodré), tendo aliás ao seu serviço pessoal da mesma origem, que são de uma extrema gentileza e eficácia (mas, hoje, a cozinha esteve um tanto lenta). Come-se ali muito bem, numa boa relação qualidade/preço. E para estacionar o carro, naquela área? já estou a presumir o leitor a perguntar. É muito fácil. O Zambeze fica no topo de um prédio com um amplo parque de estacionamento, ainda por cima com um conveniente Pingo Doce na base.
15.1.22
Lamassa
É no meio do Estoril, terra com ruas onde sempre me perco. Instalações simples, arejadas, sem luxos. Tem poucos lugares. Ou se vai às 19:00 ou às 21:00. O serviço é atento, profissional, diligente. Tem uma lista de vinhos que surpreende. A conta foi justa. Come-se muito bem no Lamassa, a julgar pela experiência, que há que repetir. Lead: Pelos vistos, há um belo italiano no Estoril.