24.11.24

"Solar dos Pintor"


Não, não é "dos Pintores": é do Pintor. Onde fica? Fica em Santo Antão do Tojal. Não sabe onde é? Ó diabo! Conhece A-das-Lebres? Também não? Bom, Loures já conhece, não é? Sai da autoestrada para lá e, depois, ponha o Wase ou o Google Maps. É mais fácil assim. De Lisboa (depende de onde estiver em Lisboa, claro) leva uns 20 minutos. A certa altura, dado o tipo de estrada, vai achar que se perdeu. Nessa altura, pode ter a certeza: é mesmo por aí.

Fui lá uma primeira vez há uns bons anos, com um amigo que sabe muito desta poda. Regressei tempos depois. Comi sempre bem e invejei a fantástica garrafeira. Ontem, perante uma Lisboa onde tudo quanto era restaurante estava apinhado, lembrei-me do Solar dos Pintor. Consegui arranjar mesa para o jantar. E arrastei comigo meia dúzia de pessoas.

O que comemos? A lista é magnífica, nada convencional, com duas especialidades só por encomenda. Optámos por um arroz de cabidela, para todos. Demorou? Demorou, porque foi feito na hora. Entretanto, fomos a uns bolos de bacalhau, fritos também no momento, de textura certa, sorvidos no meio da boa conversa de amigos, numa sala cheia e bem disposta, de gente que sabia bem ao que ali ia.

O arroz, no tacho, valeu bem o tempo de espera. Estava excelente! Seguiram-se as sobremesas. Belíssimas, também. Como vinho proposto pela casa, fomos por um Grão Vasco, a clássica marca do Dão, agora com rótulo novo na garrafa bojuda tradicional. Na garrafa não, nas garrafas, porque tiveram de vir duas para sustentar a sede da mesa. E que bem simpático que estava o vinho, de 2022. Ah! O serviço é de primeira! Simples, amável e atencioso, fazendo-nos sentir em casa.

Com os cafés, veio a conta. Se acaso souberem onde se pode comer tão bem por menos de 25 euros por pessoa, digam!

3.11.24

"Cavalariça" (Évora)


Muitos dos restaurantes a que me apetecia ir, em Évora, neste domingo, estavam fechados. Outros, à hora a que os contactei, estavam sem vagas nem esperança de as poderem ter, em tempo útil para a minha paciência. Estacionei junto ao Templo de Diana (não me perguntem como, por favor!). Arrisquei ir ao "Cavalariça", ao lado da Pousada dos Loios. Tinham uma mesa livre. E ali almoçámos.

Muito bem, diga-se desde já. Trazia comigo umas reticências, desde uma ida ao homónimo "Cavalariça" da Comporta, em julho, que comunga muitas das opções da carta. 

Perdi hoje essas reticências. Tudo o que se pediu estava excelente. O serviço é de um profissionalismo raro: sofisticado sem ser arrogante, conhecedor sem ser impositivo. Desde o pão (da casa) às sugestões (muito certeiras) do vinho, passando pela qualidade e apresentação de tudo o que se pediu para partilha, até à excelente sobremesa (vários chocolates), tudo estava a preceito. O ritmo do serviço também foi perfeito. O preço só seria excessivo se a qualidade do que se provou não estivesse à altura, o que não foi o caso. 

Reconciliei-me com o "Cavalariça". É um chão a que regressarei, em breve. E de que deixo fotografia.

2.11.24

Alentejo desencantado

 


Chamava-se "Alentejo desencantado" um livro de Mário Ventura Henriques que li há muitos anos.

Desencantado é como saio deste meu fim de semana gastronómico no Baixo Alentejo. 

De cinco restaurantes experimentados, apenas um passou a fasquia do razoável. E acontece-me isto a mim, que passo o tempo a elogiar a cozinha alentejana! 

Ainda este mês, a Academia Portuguesa de Gastronomia, de cuja direção faço parte, vai entregar o seu prémio anual "Maria de Lourdes Modesto", destinado a premiar um restaurante de cozinha tradicional portuguesa, à "Mercearia do Gadanha", em Estremoz. 

Haverá um contraste Norte/Sul na qualidade da restauração alentejana? Ou fui eu que escolhi mal as mesas, não obstante andar atulhado com guias, com indicações de amigos comilões e outras de amigos conhecedores? 

1.11.24

Para o que me havia de dar!


O empregado do restaurante ficou um pouco banzado, mas lá serviu, como eu tinha pedido, uma ameixa de Elvas a acompanhar o Toucinho do Céu. E não é que liga bem?