Juro que não sou acionista da casa e que o restaurante não pertence à minha família. Fui à "Adega do Costa", na Marquês de Tomar (com estacionamento fácil, num parque bem próximo), pela primeira fez, há cerca de dois anos. Fiz a visita com um consagrado crítico gastronómico, em cujo conselho confio cegamente. Gostei, sem ficar deslumbrado. Na memória, tinha guardado a lista de vinhos, a bom preço. Ontem, testei-a. Falhavam algumas das marcas da carta, que sucessivamente pedi, mas a recomendação final que me foi feita pela gente da casa foi correta. Perdoei. Éramos quatro comensais, experimentámos três pratos e tudo estava a preceito. Devo dizer, contudo, em abono da verdade, que o meu bacalhau, sem que estivesse mal, ficou um pouco aquém das minhas expetativas. Mas eu sou um conhecido chato na matéria, porque trago arquivado na memória gustativa um exigente mapa dos "benchmarks" do bacalhau, do norte a sul do país. A senhora que cozinha passou duas vezes pela nossa mesa e a alegria que projetava no trabalho é digna de uma especial nota. Também o serviço de mesa deve ter destaque, pela grande simpatia e profissionalismo. Assim, deixo um conselho: visitem a "Adega do Costa" e digam que foi um "primo" que recomendou que por lá fossem. Eu vou voltar em breve.
ponto come
Impressões sobre restaurantes
2.10.24
"Adega do Costa" (Lisboa)
Juro que não sou acionista da casa e que o restaurante não pertence à minha família. Fui à "Adega do Costa", na Marquês de Tomar (com estacionamento fácil, num parque bem próximo), pela primeira fez, há cerca de dois anos. Fiz a visita com um consagrado crítico gastronómico, em cujo conselho confio cegamente. Gostei, sem ficar deslumbrado. Na memória, tinha guardado a lista de vinhos, a bom preço. Ontem, testei-a. Falhavam algumas das marcas da carta, que sucessivamente pedi, mas a recomendação final que me foi feita pela gente da casa foi correta. Perdoei. Éramos quatro comensais, experimentámos três pratos e tudo estava a preceito. Devo dizer, contudo, em abono da verdade, que o meu bacalhau, sem que estivesse mal, ficou um pouco aquém das minhas expetativas. Mas eu sou um conhecido chato na matéria, porque trago arquivado na memória gustativa um exigente mapa dos "benchmarks" do bacalhau, do norte a sul do país. A senhora que cozinha passou duas vezes pela nossa mesa e a alegria que projetava no trabalho é digna de uma especial nota. Também o serviço de mesa deve ter destaque, pela grande simpatia e profissionalismo. Assim, deixo um conselho: visitem a "Adega do Costa" e digam que foi um "primo" que recomendou que por lá fossem. Eu vou voltar em breve.
28.9.24
"Oh! Lacerda" (Lisboa)
Foi ontem. Tinham sido quase três horas de concerto. Extraordinária, aquela que foi a primeira das muitas noites que, nos próximos meses, vamos passar no auditório principal da Gulbenkian. Desta vez foi "A Danação de Fausto", de Berlioz. Começou às sete, abancámos para o jantar/ceia no "Oh! Lacerda" às dez.
"Snob" (Lisboa)
27.9.24
"Solar dos Duques" (Lisboa)
"Come-se muito bem aqui", disse-me o amigo com quem ontem fui jantar ao "Solar dos Duques", em Campo de Ourique. É verdade. Vamos tantas vezes a um restaurante, habituamo-nos tanto a um lugar, que já nem valorizamos a constância da qualidade que a casa nos proporciona.
25.9.24
"Raposo" (Lisboa)
Não verifiquei se o nome vem (nem viria o menor mal ao mundo se não viesse) no Michelin, no Time-Out ou no Boa Cama - Boa Mesa (um dia falaremos dos mitos existentes a propósito disto e de alguns truques associados).
31.8.24
"O Forno de Jales" (Vreia de Jales)
30.8.24
A verdadeira posta
À mesa
14.8.24
Restaurante do Hotel Montebelo (Alcobaça)
Antes, ia-se visitar Alcobaça porquê? Sei lá! Alcobaça, quando se passava de ou para o norte pela EN 1, mesmo mais tarde pela A1, era uma terra que só justificava uma deslocação por um motivo turístico-artesanal. Levava-se por ali uma prima desejosa dos doces do Alcoa ou uma tia saudosa das loiças ou das chitas. Tempos houve em que também fui por lá comprar ginja. Fora disso, visto e revisto que estava o mosteiro, por que diabo alguém ia a Alcobaça? (Que os alcobacenses não se zanguem comigo!)
13.8.24
"Il Mercato" (Lisboa)
Ele há coincidências! Hoje, fui almoçar ao "Il Mercato". Preparava-me para escrever algo sobre essa refeição quando descobri que, faz hoje exatamente dois anos, escrevi neste blogue:
Já não ia há uns bons tempos a este italiano do Pateo Bagatela. Costumo assentar mais numa tertúlia, na esplanada do Páteo 51, a casa imediatamente ao lado (onde não se come nada mal, adianto desde já, e a preços que me parecem mais em conta). Uns degraus acima, parei às vezes, com o Nuno Brederode e a Céu Guerra, no Sabor & Arte (de que guardo boa memória). Ao balcão do Il Mercato vendem-se produtos alimentares de Itália, que adivinho serem bons, a ajuizar por um queijo e um presunto desgustados. No restaurante, ao almoço de hoje, a comida estava muito boa, o serviço foi (mesmo) muito atencioso, os preços não me pareceram nada especulativos. O restaurante-loja é do mesmo dono (nepalês) do Forno d’Oro (a 100 metros, onde só fui uma vez, para uma pizza, depois de ali ter deixado de ser o excelente Mezzaluna), do meu quase vizinho de casa Come Prima (onde nunca comi mal, noto) e da Casa Nepalesa, na Elias Garcia (onde, há meses, jantei bem e prometi a mim mesmo voltar). Um dia, tendo-me eu queixado, aqui pelas redes sociais, de que não fazia sentido, no Il Mercato, pagar-se ao balcão, no fim da refeição, juntamente com os clientes da loja, o que originava filas e protestos, o dono teve a gentileza de telefonar-me, dizendo que o assunto estava a ser repensado. E fizeram-no. Hoje paguei na mesa. (Uma nota prática: o Páteo Bagatela possui um conveniente parque para automóveis, por debaixo, o que é sempre um “must” a considerar).
Não tiro nem uma letra ao que então escrevi. Voltámos a comer muito bem, o serviço é delicadíssimo e a conta final... foi em conta! Vou voltar mais vezes e aconselho que outros o façam. Quem pratica boa restauração deve ser elogiado e estimulado a continuar. Divulgar as coisas boas é o mínimo que podemos fazer.
10.8.24
"O Bem Disposto" (estrada Alcácer do Sal / Comporta)
"Loja do Covilhete" (Vila Real)
Há dias, voltei à "Loja do Covilhete", em Vila Real. Para quem não souber, um covilhete é um pastel de carne, em massa folhada, típico de Vila Real. Pode comer-se frio ou quente. A cidade divide-se no tocante à casa comercial que por lá serve ou vende os melhores covilhetes. Além de que há quem prefira os covilhetes "à moda antiga" ou os mais comuns, os "modernos". Não me meto na discussão sobre as virtualidades relativas dessas tipologias do produto, até porque, desde há anos, sou confrade da "Confraria do Covilhete".
1.8.24
"Cavalariça" (Comporta)
A minha perplexidade resulta do facto de eu ainda não ter concluído se a culpa desta última perceção é exclusivamente minha ou se se tratou de uma responsabilidade com contribuição alheia. Eu explico. Olhámos para a lista e concluímos que, na lógica da refeição, se justificaria que pedíssemos duas ou três entradas e, para encerrar, antes das sobremesas, um único prato "de substância". E solicitámos um conselho à senhora que manifestamente dirigia sala, a qual, com grande diligência, nos procurou ajudar a decidir. Essa senhora - excelente e atenta profissional, diga-se - fez-nos duas ou três sugestões que, por razões sempre diferentes, afastámos. E assim fomos "afunilando" as nossas escolhas, acabando por assentar em outras opções, sobre as quais, afinal, tínhamos mais dúvidas do que certezas. E ficámos por aí.
O "mix" por que optámos acabou por não nos deixar felizes. Era "maus" pratos? Longe disso! Eram, contudo, escolhas "ao lado" daquilo que seria mais confortável para nós. O saldo final do repasto acabou por compor-se com duas belas sobremesas. A "dolorosa" (como os espanhóis chamam à conta) não foi excessiva, embora, com honestidade, deva dizer que a carta de vinhos da "Cavalariça" está manifestamente "overpriced". E, em face da opção que infelizmente fizemos, vou dizer aqui, de forma muito frontal, algo que há muito trago no íntimo: os vinhos da Comporta, decididamente, não me convencem.
Para o ano, vou voltar ao "Cavalariça" da Comporta, claro. Quanto mais não seja para corresponder à simpatia do seu serviço e para decidir, de uma vez por todas, se o erro da visita de 2024 foi mesmo meu.
31.7.24
"Chaxoila" (Vila Real)
Fomos os primeiros a chegar para jantar. As mesas estavam todas colocadas sob a ramada exterior. Este espaço é o valor acrescentado que o "Chaxoila", o mais antigo restaurante de Vila Real, nos oferece no verão e, às vezes, em dias decentes de primavera e outono. No inverno, migra-se para o interior, com o anexo envidraçado.
30.7.24
JNcQUOI Beach Club (Praia do Pego)
O espaço é muito agradável. As mesas têm confortáveis cadeiras, há uma "parede" de garrafas verdadeiras, iluminada, a dominar a sala principal, vê-se a vibrante cozinha através de um imenso vidro e existem diferentes ambientes para acolher os clientes. Desde que se chega até que se sai, percebe-se que por ali reina um profissionalismo testado, nem "casual arrogant" nem pretensioso nem vulgar. Tudo bem, tudo certo, pessoal educado, sem subserviências. Sem pressas nem atrasos e - teste para mim decisivo para qualificar o serviço de um restaurante - todos os funcionários a responderem à solicitação de qualquer mesa, mesmo que a não estejam a atender diretamente.
A comida? Vai-se a um restaurante para comer, não para ser servido. E comeu-se muito bem. Depois de uma entrada criativa em que preponderava o lingueirão, passou-se a uma paelha à base de bacalhau (isso mesmo!) que estava magnífica. A seleção de sobremesas podia ser mais imaginativa, mas o que se provou estava muito bom. Vinhos? Uma escolha de qualidade, um tanto puxadote nos preços, mas com "defesas" muito razoáveis para quem não se quer arruinar. Preço? Caro mas merecido. Que mais posso dizer, senão que me apeteceria voltar, se os meus amigos não achassem isso fútil?
25.7.24
"Jockey" (Lisboa)
A cidade de Lisboa, num domingo ensolarado, costuma ser um deserto em matéria de restaurantes decentes para se almoçar. Os poucos bons que existem estão sempre cheios. Os que não estão cheios não têm lugar para estacionar (e eu sou um assumido comodista, se é que ainda não notaram). E se a decisão de almoçar fora é tardia, como foi o caso do passado domingo, então encontrar uma mesa simpática é como encontrar uma agulha num palheiro.
24.7.24
"Visconde da Luz" (Cascais)
Sempre achei o nome do restaurante um pouco estranho. Se é comum chamar "viscondes" aos do Sporting, aquilo ser "da Luz" é um contrasenso. Há dias, combinámos jantar com uns amigos, em Cascais. Era fim de semana e, por muito que eu procurasse reservar uma mesa nos vários locais que conhecia, estava tudo cheio. Lembrei-me então, em desespero de causa, do clássico "Visconde da Luz", ali no jardim no centro da vila (Cascais, como Ponte de Lima, não quer ser "elevada" a cidade). Como tem muito espaço, tinha lugares. Mas convém reservar pelo 214 847 410. O ambiente é aturistado, mas confortável para uma ocasião simples.
22.7.24
"Gambrinus" (Lisboa)
Começo pelo fim. Acabei o jantar de hoje com o café de balão. Não sei se há mais algum restaurante lisboeta (ou mesmo português) que no-lo proporcione, mas eu gosto muito daquele ritual. Normalmente, "corto-o" com um whiskey (não whisky) irlandês. Às vezes da Irlanda do Norte (dias em que vou para o Bushmills), outras da República da Irlanda (dias, em geral noites, em que prefiro o Jameson).
20.7.24
"A Curva" (Caxias)
Há algum tempo que ouvira falar do lugar e da qualidade da sua comida. Hoje, calhando ter de passar por perto, fiz uma visita ao restaurante "A Curva", em Laveiras (Avenida Conselheiro Ferreira Lobo, 28), ali ao pé de Caxias. É conveniente reservar (tlf. 214 419 334).
18.7.24
British Bar
... by Sofia (Sacavém)
30.9.23
Passando a coisas sérias...
4.8.23
Quatro notas
Comecemos pelo "Galito", em Lisboa, perto do Colombo. Para quem não saiba, o "Galito" é o único restaurante lisboeta que apresenta um menu exclusivamente alentejano. Claro que os excelentes "Salsa & Coentros" e "Magano", respetivamente em Alvalade e Campo de Ourique, têm belos pratos alentejanos. Como também acontece com o "Colunas", na Amadora, e com o "Zé Varunca", em Paço d'Arcos. Mas, totalmente alentejano, só o "Galito", onde o Henrique nos procura compensar a saudade que todos temos da Senhora sua Mãe, a Dona Gertrudes, que recordo nos vinha perguntar gentilmente à mesa, nas duas geografias anteriores do restaurante, se estava tudo bem. Uma vez mais, na visita de há dias, estava tudo bem por ali, salvo a "tragédia" conjuntural da falta das ameixas de Elvas, um pormaior de abastecimento que afeta o acompanhamento da sericaia, crise para a qual o Apolino, no "Tomba Lobos", em Portalegre, me tinha já alertado, há semanas.
17.7.23
"Afonso" (Mora)
Mora fica próximo do "vermelho" Couço, nome que ainda faz sonhar os "ontens que cantaram" dos meus amigos comunistas. Também se lá chega ido de Avis, de Montargil ou de Pavia. O "Afonso" é uma casa com bem mais de meio século, no centro da vila. A lista é farta, com os clássicos da culinária alentejana. Por ser fim de semana, estava à pinha. Por isso, as vitualhas essenciais tardaram um pouco mais do que a minha paciência. Fui sustentando esta a queijo (um esplêndido curado, talvez de Nisa), pão, azeitonas e vinho (razoável, de Estremoz). Foi pena terem-se esgotado as sobremesas que escolhemos, talvez porque fossem as escolhas mais certas. Acabou por ser um almoço simpático, idêntico à memória de outros que por ali tive, agora a um preço já um tanto puxadote. É a vida!
2.7.23
Bistrô da Quinta do Tedo
2.6.23
"Amarra ó Tejo"
21.5.23
A Oeste algo de novo
O Oeste recomenda-se!
12.4.23
"Vaut le détour"
2.4.23
O cozido do Chiringuito
Para o almoço dominical no Chiringuito, no pico do inverno, há que reservar com imensa antecedência. Mas também há bambúrrios, desistências de última hora, para gente com sorte, como me aconteceu para o almoço de hoje, com o dono da casa a informar-me, horas antes, da vaga de uma mesa para quatro, como eu pretendia.
O Chiringuito, convém dizê-lo a quem não conheça a casa, é muito mais do que o cozido do domingo. Nos outros dias, é um belo restaurante, num improvável espaço, onde é recriado um ambiente quase rústico, bastante acolhedor. Aconselho a que, em lugar de consultarem a carta de vinhos, os clientes se inspirem na prateleira do corredor entre as duas salas. Fica-se logo com uma imensa e sofisticada sede.
1.4.23
Jantar no Snob
Consta que o João Botelho tem aparecido menos, depois de ser proibido fumar por ali. O senhor Albino (que está na cozinha, onde, em tempos idos, reinava a dona Maria) diz-me que já se conformou com o facto do seu Porto, este ano, só poder lutar pelo segundo lugar. O costumeiro bife, nas suas várias declinações, mantém um preço adequado à sua qualidade. E o menu Snob, a €15, é uma excelente opção.
25.3.23
Cafeína (Porto)
Há quantos anos conheço o Cafeína, o restaurante na Foz do Porto? Há muitos. E nunca me recordo de lá ter comido mal. Há uns tempos, queixei-me da música demasiado alto, em outra ocasião de um pormenor do serviço, que me pareceu algo ligeiro para um restaurante daquele nível. Mas, da comida, não tenho na memória a menor reclamação - e foram muitas as vezes em que por ali me sentei.
16.3.23
A posta da Quinta do Outeiro
Há bem mais de uma década, tive um tempo de "clandestinidade" gastronómica. Eu explico. Era então embaixador em Paris e a revista "Sábado" tinha-me convidado para ser seu "crítico mistério", durante creio que meio ano. A combinação era eu enviar 20 e tal crónicas, uma em cada semana, sob pseudónimo, e, no fim, ser revelado o meu verdadeiro nome. O nome falso que escolhi foi "Augusto Maria de Saa" (assim mesmo, com dois "a"), lembrando uma figura fictícia que já tinha usado em outras ocasiões.
4.3.23
1.3.23
Cozinha trasmontana em Lisboa
23.2.23
Trindade
A bem dizer, nunca me recordo de ter comido mais do que assim-assim na Trindade. O bife, porque vai-se à Trindade para comer o bife, esteve sempre longe de ser o melhor de Lisboa.
O bife da Trindade, mesmo o do lombo, antes naqueles pratos metálicos que fizeram escola, esteve, por muitos anos, muito longe do do Império (hoje, fica ela por ela, e isto não é um elogio), do velho Montecarlo ou do Toni dos Bifes, e, sempre, muito abaixo do "rollsbeef" do Café de S. Bento. O senhor Albino, no Snob, ainda hoje tem um bife melhor. O Outro Tempo Bar também. O do Gambrinus, claro, é muito superior - e já teve melhores dias. Simpático continua a ser o do Pabe, como o é o da Sala de Corte. Falam-me da excelência dos bifes do Elefante Branco, mas essa é carne onde, juro!, nunca meti o dente.
Pelo bife do lombo que hoje ali provei (tinha ido em dezembro e a impressão foi exatamente a mesma), a Trindade renovada (porque a casa levou uma forte e arejada reforma, como a imagem ilustra) está feita para uma clientela estrangeira, que deve gostar dos clássicos azulejos e das calçadas de Lisboa que ilustram as novas paredes. Para quem é, aquele bife basta. Ou o "brás de bacalhau" (quem inventou esta corruptela parola, insultuosa para o Bacalhau à Brás, devia ser pendurado eternamente numa espinha), também pedido, que estava desenxabido.
Repito: não tenho especiais saudades da antiga Trindade. Mas recordo ali os almoços políticos socialistas, antes das descidas do Chiado, a 48 horas das urnas. E, bem antes, os fins de tarde dos anos 70, saído da livraria Opinião ou do Centro Nacional de Cultura, quando hesitava entre ir à Casa Transmontana, nas escadinhas do Duque, ao Alfaia ou então à Trindade. Ali havia a certeza de encontrar, na sala de entrada, sempre com uma caneca gigante de cerveja ao lado, um tipo barbudo, com cara de poucos amigos, que fechava todos os dias nesse registo, depois de ter oficiado no alfarrabista, umas portas abaixo, quase em frente aos Anarquistas.
Fui à Trindade hoje, como se vê. E só lá voltarei, não obstante a simpatia solta do pessoal, com muito brasileiro (e gosto de ver brasileiros no nosso comércio), quando me esquecer do bife que hoje quase lá comi.
18.2.23
Tico Tico
Um prego na barra do Gambrinus rimaria bem, em regra, com uma saída da 6a de Mahler, na Gulbenkian. E uma ida ao Tico-Tico costuma ser um complemento adequado ao final de uma noite de futebol que nos correu bem. Mas eu sou do contra, já não vou muito em futebóis e hoje, no fim da música, deu-me para ir jantar à histórica marisqueira do alto da Avenida da Igreja. E não me arrependi. O ambiente continua igual ao que sempre foi: animado, solto, barulhento, sem cerimónias. O serviço é rápido, com empregados antigos, diligentes e corteses q.b.. A lista é, basicamente, a de sempre, com a lampreia na "saison". O preço é bastante em conta, em especial atenta a especulação que por aí grassa. A relação satisfação/preço foi boa. Já tinha saudades do Tico-Tico. Vou regressar em breve.
14.2.23
O romantismo já não é o que era!
Eu e um amigo decidimos levar as nossas mulheres a jantar fora, hoje, no dia dos namorados. Como tenho, em geral, esse pelouro, foi-me solicitado que escolhesse e reservasse o restaurante. E assim fiz! Porém, quando anunciei que iríamos jantar ao Orelhas, em Queijas, fiquei com a sensação de que a minha seleção pode ter pecado por algum défice de romantismo. Também acham? Paciência! De uma coisa tenho a certeza: vamos comer bem!
13.2.23
Quatro belas mesas alentejanas
Aqui ficam brevíssimas e impressionistas notas sobre quatro bons restaurantes visitados no passado fim de semana.