15.1.15

Restaurantes do Minho



                                                                                                             (atualização Janeiro de 2015)

Aqui deixo o meu guia pessoal de restaurantes do Minho.

Começo por três nomes que se impõem pela sua qualidade, de que adiante se falará mais: o São Gião, em Moreira de Cónegos, na minha opinião um dois melhores restaurantes do país; o Arcoense, em Braga, com uma constância de qualidade dificilmente superável; e o Ferrugem, perto de Famalicão, uma das grandes novidades dos últimos anos. 

Desçamos então o Minho, de Melgaço até à Póvoa de Varzim.

Logo em Melgaço, ir ao Panorama, sobre o mercado, é uma excelente opção, como o é a magnífica Adega do Sossego, no lugar do Peso.

Lamento dizer que ainda me não senti tentado a parar em Monção (embora me digam que devo experimentar o Galiza Mail'o Minho e o Sete à Sete), nem em Valença (onde o outrora interessante Monte do Faro, com caça, desapareceu).

Perto de Valença, falam-me muito bem da Quinta do Prazo, que ainda não conheço.

Já em Caminha, uma opção simpática é o Duque de Caminha, na velha rua Direita. Mas longe vão os tempos do bacalhau do Chico, na estrada velha para o Moledo, ou do requinte do Napoléon, ainda antes da ponte, do lado de Seixas. Já para não falar da saudade imensa da classissíma Pensão Rio Coura, para os lados da estação. Na cidade, contudo há duas ou três novas propostas de restauração que tenho de verificar ainda.

Uns poucos quilómetros depois, pode ir, com toda a segurança, ao Ancoradouro, no Moledo, com grandes grelhados, de peixe e carne. O Alfredo dir-lhe-á o que há de melhor, na ementa escassa mas excelente.

Logo se seguida, em Vila Praia de Âncora, a Tasca do Ibrahim dá-lhe um bom peixe. Bem perto, o mais despretensioso Coral, do sorridente José, tem também algum marisco e boas outras coisas do mar.

Continuo - culpa minha! - sem ir há uns tempos ao Dona Belinha, no Hotel Meira, esperando que possa estar à altura da restauração de qualidade a que este clássico hotel de Âncora nos habituou.

A caminho de Viana, tem um pouso forte e seguro na Mariana, em Afife, com peixe sempre de qualidade.

Viana do Castelo nunca foi uma "meca" gastronómica, salvo no tempo (há muito ido) do bacalhau da Margarida da Praça e dos mariscos da Zefa Carqueja (cuja reedição recente, noutro registo de oferta, me não convenceu). Longe vai também a graça estival do Raio Verde e a novidade que foi o Luziamar, ambos no Cabedelo. Em tempos, comeu-se bem no Viana-Mar, como também aconteceu no início do Alambique (já fechado), que tem a mesma origem. O restaurante da excelente estalagem Melo e Alvim, que tinha boa qualidade, fechou, entretanto - e é pena! Teve o seu tempo o Cozinha das Malheiras, que também se foi. Mas eu tenho grandes saudades da Pensão Freitas, do Sport e, nos anos logo após a sua abertura, do Costa Verde.

Onde se come em Viana, nos dias de hoje?

Para um menu tradicional, num ambiente simpático e com um serviço familiar, recomendo o Laranjeira, junto à avenida principal da cidade, sob a batuta do meu amigo José Laranjeira. É, de há décadas, o meu poiso mais frequente na cidade.

Na zona portuária, junto ao castelo, procure-se a Tasquinha da Linda, com excelente peixe e marisco, uma das novidades positivas da gastronomia vianense. Com um ótimo serviço e a simpatia da Linda.

O Maria de Perre, junto à avenida central, é uma opção simpática e apresenta uma cozinha estável.

A dois passos, o Casa de Armas, com outras pretensões, é um lugar onde já comi bastante bem mas também de onde já saí menos satisfeito. Mas continuo a dar-lhe o benefício da dúvida, porque é uma casa que foi responsável por um salto de qualidade na gastronomia da cidade.

Na zona nova em frente à nova biblioteca, testei há tempos O Manel, versão moderna de uma casa que conheci ali por perto. Sem desiludir, necessito ainda de ser convencido.

Uma nota de memória para a Tasca do Valentim, agora só tem o espaço especializado em grelhados, no Campo da Senhora da Agonia.

Num registo acentuadamente turístico, o Três Potes cumpre a sua função, que é extensiva ao Santoínho, na saída de Darque para o Porto, pela estrada antiga.

E resta uma nota para o restaurante da Pousada de Santa Luzia, no alto do monte com o mesmo nome, para dizer que, não obstante um serviço atento e muito simpático, apresenta uma relação qualidade/preço pouco favorável.

Fora da urbe, a caminho de Ponte de Lima, aconselho o Camelo, em Santa Marta de Portuzelo.

Mais para sul, abaixo de Esposende, encontrará uma expressão marítima deste último restaurante, no Camelo da Apúlia, mas a última vez que por lá passei saí um pouco desiludido.

Num ambiente curioso de velha pensão, a Rita Fangueira, em Fão, continua, há muitos anos, a ser uma opção curiosa, mas já lá não vou há tempos.

À entrada da Póvoa de Varzim, uma espécie (agora) renovada de barco acolhe o sempre excelente Marinheiro, onde nunca tive uma má experiência.

Dentro do casino na cidade, com sofisticação, come-se muito bem no Egoísta. Caro, claro.

Se quiser ia a Vila do Conde, encontrará um bom poiso no nunca desmerecido Ramón (mas será que ainda estamos no Minho?).

Vamos agora avançar para o interior.

A caminho de Barcelos, na Pedra Furada, a Maria é um clássico sempre seguro e interessante, com uma garrafeira notável.

O mesmo se diga para a Bagoeira, no centro de Barcelos, onde só não aconselho visitas nos movimentados fins-de-semana de verão.

Um pouco mais a sul, perto de Santo Tirso, vale a pena passar por Rebordões e visitar o Cá-te-espero, com comida simples, mas de grande qualidade.

Seguindo para Vila Nova de Famalicão, uma terra ainda não refeita da saudade do Íris, não se sai totalmente desencantado do histórico Tanoeiro ou, num registo bem mais popular, à vizinha Sara Barracoa.

Mas, se quiser sair um pouco da urbe, terá uma magnífica experiência no Ferrugem. Trata-se de um local de grande qualidade, com uma cozinha inventiva. O serviço é excelente. Dalila e Renato Cunha criaram um belo espeço com alta qualidade a condizer. Telefone antes a perguntar como lá chegar, porque, sem GPS, não é fácil.

Guimarães deu um merecido "salto" com a Capital da Cultura, aventura em que por lá andei com alguma frequência. Ficam saudades do histórico Jordão e do estimável Virabar, dois locais que marcaram a cidade, por anos.

Dessas visitas, ficaram-me na (boa) memória algumas visitas ao renovado Oriental, onde sempre tive boas experiências.

De igual modo, comi muito bem no Novo Restaurante Nora do Zé da Curva. Convém notar que o Antigo Nora do Zé da Curva é ainda uma opção agradável.

Com a segurança de uma cozinha tradicional, regressei com gosto ao clássico Florêncio, em S. Torquato.

Tive já uma experiência bastante aceitável no moderno PapaBoa, perto da universidade, sendo que o seu prolongamento no Histórico, tendo muita graça como espaço, parece-me ficar aquém na exigência culinária, talvez produto da pressão turística.

Opção atual é ainda o Café Concerto Vila Flor (uma agradável surpresa, no centro cultural com o mesmo nome).

Mas, voltando ao início deste post, se está por estas bandas, lembre-se do início deste texto e aproveite para ir ao S. Gião - como disse, um dos grandes restaurantes portugueses, situado em Moreira de Cónegos, junto ao estádio do Moreirense, sem grandes anúncios exteriores., porque não precisa... Não conhecer esta "catedral" oficiada por Pedro Nunes é imperdoável.

E chegamos a Braga, onde as coisas mudaram muito, desde o tempo dos desaparecidos e saudosos Narcisa e Abade de Priscos e onde o Sameiro já viveu melhores dias.

O Arcoense é, a meu ver, o grande "must" da cidade. Voltei lá recentemente e está esplendoroso na gastronomia, servido por uma nova decoração.

Num registo também muito seguro, desde há muito, o Expositor do Migaitas oferece um serviço excelente.

A grande descoberta que, entretanto, fiz foi o Flor de Sal, um pouco fora do centro, onde tive uma excelente refeição.

O Inácio e o Cruz Sobral continuam a ser dois clássicos de confiança, sendo que O Alexandre também não desmerece.  Falaram-me também bem da Casa da Artes, mas ainda por lá não passei.

Em Ponte de Lima, uma bela vila que teima em não querer ser cidade, a escolha é grande.

Descubra, nos arredores (porque dá algum trabalho, no caminho para a Madalena), o extraordinário Bocados, um magnífico modelo de cozinha, ao mesmo tempo tradicional e inventiva, onde sempre comi muito bem.

Pode-se também ir, à confiança, à Carvalheira, em Arcozelo (do outro lado da ponte).

Num edifício novo, o belo Açude, sobre o rio, não desilude.

Para o sarrabulho, tem sempre os dois vizinhos concorrentes: o Manuel Padeiro e a Encanada.

A Tulha também é uma boa experiência. Mas, por ali, eu ainda tenho saudades das portas de vai-e-vem da Clara Penha (quem se lembra?) e dos outros tempos do Gaio.

Que resta ainda do Minho?

Quem vai na estrada de Braga em direção a Chaves, no lado contrário a Póvoa do Lanhoso, encontrará o Victor, em S. João do Rei, com o seu famoso bacalhau.

Mais a ocidente, na estrada que sai de Amares (onde o Milho Rei já teve o seu tempo) para o Gerês (localidade onde não se come!), é famoso o restaurante da Pousada, em Santa Maria do Bouro, com a sua mesa de doçarias (perto, havia o velho e imenso Abadia, mas perdi-lhe o rasto, há uns bons anos).

Um pouco mais longe, em Terras de Bouro, o Abocanhado é uma excelente opção gastronómica, além de um cenário deslumbrante.

O Torres, numa periferia de Vila Verde, é uma opção sempre interessante.

Lembro ainda o Conselheiro, em Paredes de Coura, onde já se comeu muito bem na clássica Miquelina já está longe de ser o que era.

Em Ponte da Barca, as minhas experiências nos últimos anos não foram as melhores (O Moínho foi uma desilusão), pelo que abalo sempre, quilómetros acima, para os Arcos de Valdevez, onde o Grill Costa do Vez, que conheço há décadas, é uma boa opção, desde que fora do período de férias e festas.

Em direção ao norte, no Soajo, o Espigueiro costuma ser de confiança, mas já lá não passo há alguns anos. 

É tudo quanto a minha experiência de restauração no Minho me leva a notar, complementado por apontamentos de "informadores". Não excluo que possa estar a ser injusto para algumas casas, por omissão, exigência ou mero arbítrio. Mas este é o risco de quem ousa ter opiniões.

12.1.15

Restaurantes de Trás-os-Montes e Alto Douro


(Revisão Junho 2022)

Falemos dos restaurantes de Trás-os-Montes e Alto Douro.
 
Se se entrar em Trás-os-Montes pelo Porto, pode-se sempre parar, já depois de Amarante, no Marão, em direção a Vila Real, pouco antes do Alto de Espinho, na Pousada de S. Gonçalo, agora lamentavelmente reduzida a um "franchising", pelas Pousadas de Portugal. O nível da cozinha já não é o mesmo de antigamente, mas ainda é uma opção possível. Mas Vila Real está a menos de 20 quilómetros...

Já perto de Vila Real, e se quiser uma experiência "radical", em termos de mergulho numa comida muito popular, pode procurar-se, fora do IP4, a Toca do Lobo, em Parada de Cunhos, na estrada antiga, voltando em direção ao Porto. Atenção: oferta restrita e muita simplicidade.

Vila Real, as coisas mudaram muito. Com o velho Espadeiro a já não honrar outros tempos e depois da desaparição dos excelentes Barriguinha Cheia e Vilalva (um abraço, João Rodrigues), a cidade tem hoje poucos pontos altos.

Sem a menor dúvida, o Cais da Villa, junto da estação de caminhos de ferro, é a melhor opção atual no burgo, se bem que com preços que me parecem ligeiramente exagerados. Verifiquei que a qualidade não baixou e tem uma carta de vinhos excecionalmente boa.

Seguindo pelo velho circuito, pode ir-se com confiança ao Paulo, no meio do bairro de Araucária, uma casa já clássica, com ambiente simples e comida segura (peça ao Paulo a "reca d'Aleu" da casa).

Ali perto, o Grill O Costa não me convenceu, em três visitas, na comida e especialmente no serviço, "seco" e desinteressado. Mas o facto de um credenciado crítico, como é Virgílio Gomes, me ter transmitido uma opinião oposta à minha leva-me a manter o benefício da dúvida a este restaurante.

Depois do desvio para Mateus, em Abambres, encontrar-se-á o Maria do Carmo, uma casa tradicional, que se destaca por uma grande constância e pratos abundantes (e alguma barulheira...).

Em frente, sem deslumbrar, come-se relativamente bem no Viúva, casa que conheci por indicação de um antigo ministro dos Negócios estrangeiros que, também na avaliação gastronómica, merece respeito.

Um pouco mais abaixo, numa rotunda, está o Mateus, com uma sala acolhedora e um serviço simpático.

Na parte alta da cidade, perto da igreja da Nossa Senhora da Conceição, pode-se ir com toda a segurança ao Museu dos Presuntos, onde o meu amigo Teófilo Silva apresenta produtos de excelência, da zona de Montalegre, com uma imbatível escolha de vinhos do Douro.

Na cidade, não se fica nem desapontado nem deslumbrado no Terra de Montanha.

Também perto de Mateus, no Quinta do Paço, em Arroios, há uma mesa simpática, com um espaço interessante de hotelaria rural.

À saída norte da cidade, na rotunda antes de entrar na estrada antiga para Chaves, muito próximo da IP4, encontra-se o seguro Lameirão, dirigido pelo Eleutério e pela Alice, com pratos locais simples, variando diariamente, de boa qualidade e a preços bem moderados. Sou um cliente assíduo, quando vou a Vila Real.

Logo adiante, o Chaxoila, no enésimo renascimento de um restaurante histórico, como instalações renovadas (mas sempre com a velha e agradável ramada exterior) e uma restauração bastante recomendável, sob a batuta do simpático José Carlos. No verão, é um must, mas os preços não são baixos.

Infelizmente, não encontro muitas razões gastronómicas para parar em Vila Pouca de Aguiar. Mas o restaurante do Hotel Aguiar da Pena deu-me agora um motivo para aí parar. Já o fiz duas vezes e não me arrependi.

Nas Pedras Salgadas, visita-se o Conde, junto à antiga estação. Nele, o Francisco apresenta uma cozinha honesta, sem gongorismos e a preços (relativamente) moderados.

Segue-se depois para Vidago: o restaurante de alta gama, no belo e renovado Hotel Palace - que é obrigatório visitar! -, está agora sob a direção do chefe Rui Paula (do DOC na Folgosa e do DOP no Porto) e deu um salto considerável de qualidade, com a relação qualidade-preço a melhorar, face aos primeiros tempos da reabertura do hotel. 

A restauração de Chaves tem um historial interessante: recordemos o Cinco Chaves, o restaurante do Trajano, o Comercial, o Aurora, os bons tempos do Retornado e o período áureo do Leonel.

Hoje, porém, as coisas são diferentes. O Carvalho, com a cozinha da dona Ilda, impõe-se como a principal referência gastronómica da cidade, no Tabolado, junto às termas. Imbatível, até agora.

Não nos devemos esquecer também, para uma comida regional sólida e segura, da Talha, do João Monteiro, a seguir ao quartel, no caminho para a A24. Variedade, qualidade e simpatia, num ambiente clássico de restaurante de província.

Para uma oferta tradicional, a preços razoáveis, há sempre o histórico Aprígio, do nome do proprietário, embora difícil de encontrar.

Muito mais fácil de localizar é a Adega Faustino, no centro da cidade, com os seus clássicos tonéis, um lugar um pouco incómodo para se comer, mas muito típico e agradável.

E convém não esquecer, perto do aeroporto, o muito recomendável Canjirão, com uma lista de qualidade e preços muito confortáveis.

Não tenho notícias recentes do restaurante do Hotel Forte de S. Francisco, que oferecia uma gastronomia interessante, quando por lá preponderava na gestão o meu amigo António Ramos.

A ocidente, de Boticas não tenho notícias, depois da desaparição, já há muito, do Santa Cruz (ah! aquelas trutas lardeadas com presunto!).

Se for só para ir lá comer, creio que não vale a pena ir a Montalegre, mas, se se tiver de passar por lá (e Montalegre deu um "salto" interessante como cidade), o Nevada parece ser a escolha certa

Pela estrada em direção ao Gerês, há, nos Pisões, o Sol e Chuva, uma opção de recurso.  

Mas voltemos um pouco a sul. Entrando na região pela Régua, logo em Lamego (que é Beira Alta, eu sei!) pode-se ir, à confiança, a um clássico muito simples, junto à Sé, a Casa Filipe. Há tempos, ainda em Lamego, visitei o novo Valdouro, um investimento louvável e ambicioso, também próximo da Sé, onde comi bastante bem.

Ainda antes de chegar a Régua, recomendo, muito vivamente, uma desvio de alguns quilómetros, na estrada para o Pinhão, para uma ida ao DOC, na Folgosa. Não é barato, mas é sempre muito bom, como há dias testei (a varanda, sobre o Douro, com os menus a terem de ser iluminados por pilhas, é soberba numa noite de verão). A cozinha inventiva do Rui Paula (que vem do Cepa Torta, de que já falaremos, e que, como já referi, hoje se prolonga no DOP, no Porto, e no Hotel Vidago-Palace) é uma das grandes conquistas da restauração nortenha (e, eu diria, nacional!).

Um pouco adiante, no proprio Pinhão, há o restaurante da Vintage House, com preços "estrangeiros" e lista, para mim, demasiado convencional.

Chegados à Régua, podemos ir, à confiança, ao Castas e Pratos, nos armazéns da estação (que inspirou o Cais da Villa, em Vila Real).

O Douro In, num primeiro andar junto ao rio, tem nova gerência. Regresse lá e comi bem. Um serviço muito profissional.

Fora da cidade, há duas opções: o Varanda da Régua, em Loureiro, com uma vista soberba e um bacalhau e cabrito já consagrados e, neste caso reservando e tendo paciência para aturar o ar grave do dono, a Repentina, em Poiares, com um cabrito já lendário.

Mudemos de ares. Lá mais para cima no mapa, descobri, em Valpaços, o Boa Cepa, que me pareceu um esforço louvável, mas o facto de ser domingo tornou a refeição "atípica", pela enchente.

Embora a gerência tenha mudado, dizem-me que se continua a poder ir, em Alijó, ao Cepa Torta, onde "nasceu" o Rui Paula, de quem já falei.

No caminho para Bragança, em Macedo de Cavaleiros, tendo deixado de ser opção esse pouso clássico que era a "defunta" Estalagem do Caçador, falam-me agora bem do Brasa, mas não conheço ainda.

No caminho de Macedo para Mogadouro (estrada muito complicada, aviso!), pode visitar-se o histórico Saldanha, em Peredo, onde o João Saldanha é mestre há quase meio século.

Em Mirandela, a grande novidade nos últimos anos é o excelente Flor de Sal, onde o azeite é rei e senhor.

Há por lá também uma cozinha sempre sólida, mas não muito inventiva, no Grês.

Já há muito que não vou ao Maria Rita, no Romeu, um espaço rural inesquecível onde sempre se comeu razoavelmente bem, fugindo das enchentes de fim de semana.

Chegados a Bragança, temos várias opções.

O restaurante da Pousada, o G, está transformado no must da cidade. Gerida agora pelos proprietários do Geadas (ver abaixo), a Pousada está modificada e melhorada, depois de uma gestão do Pestana que a deixou num estado menos próprio.

O Solar Bragançano é um pouso seguro, com bons produtos e uma bela história a honrar. Outra excelente opção é, desde há vários anos, o Geadas. 

A oriente de Bragança, em Gimonde, uma recente ida ao Dom Roberto deixou-me uma impressão menos boa das que trouxera de outras ocasiões (mas um dia não são dias). Ainda nessa aldeia, o Quatro foi, no passado, uma alternativa à altura, mas terei de confirmar. O mesmo se passa com o Abel, logo ao lado, de cuja posta me dizem maravilhas.

Mais adiante, em Miranda do Douro, vai-se à Balbina, mas dizem-me haver coisas novas por lá. Se se preferir andar uns quilómetros mais, pode provar-se a mais histórica das postas mirandesas, em Sendim, na Gabriela.

Ainda um pouco mais adiante, a Lareira, em Mogadouro, é "o" lugar da cidade (e o novo IC5 é um acesso fantástico para a região).

Um pouco mais para o sul, recomenda-se o já clássico Artur, em Carviçais (que pode ter crescido um pouco demais) e falam-me bem do Lagar, em Torre de Moncorvo, que ainda não experimentei.

E, relativamente perto, cada vez me referem mais o Lameirinhos, em Cabanas de Baixo. Também lá irei, um dia.

E aqui fica uma peregrinação básica por algumas mesas transmontanas. Uma escolha pessoal e com base em informações que reputo como fidedignas. Mas a responsabilidade final da seleção é minha, claro!