Aqui deixo o meu guia pessoal de restaurantes do Minho.
Começo por três nomes que se impõem pela sua qualidade, de que adiante se falará mais: o São Gião, em Moreira de Cónegos, na minha opinião um dois melhores restaurantes do país; o Arcoense, em Braga, com uma constância de qualidade dificilmente superável; e o Ferrugem, perto de Famalicão, uma das grandes novidades dos últimos anos.
Desçamos então o Minho, de Melgaço até à Póvoa de Varzim.
Logo em Melgaço, ir ao Panorama, sobre o mercado, é uma excelente opção, como o é a magnífica Adega do Sossego, no lugar do Peso.
Lamento dizer que ainda me não senti tentado a parar em Monção (embora me digam que devo experimentar o Galiza Mail'o Minho e o Sete à Sete), nem em Valença (onde o outrora interessante Monte do Faro, com caça, desapareceu).
Perto de Valença, falam-me muito bem da Quinta do Prazo, que ainda não conheço.
Lamento dizer que ainda me não senti tentado a parar em Monção (embora me digam que devo experimentar o Galiza Mail'o Minho e o Sete à Sete), nem em Valença (onde o outrora interessante Monte do Faro, com caça, desapareceu).
Perto de Valença, falam-me muito bem da Quinta do Prazo, que ainda não conheço.
Já em Caminha, uma opção simpática é o Duque de Caminha, na velha rua Direita. Mas longe vão os tempos do bacalhau do Chico, na estrada velha para o Moledo, ou do requinte do Napoléon, ainda antes da ponte, do lado de Seixas. Já para não falar da saudade imensa da classissíma Pensão Rio Coura, para os lados da estação. Na cidade, contudo há duas ou três novas propostas de restauração que tenho de verificar ainda.
Uns poucos quilómetros depois, pode ir, com toda a segurança, ao Ancoradouro, no Moledo, com grandes grelhados, de peixe e carne. O Alfredo dir-lhe-á o que há de melhor, na ementa escassa mas excelente.
Logo se seguida, em Vila Praia de Âncora, a Tasca do Ibrahim dá-lhe um bom peixe. Bem perto, o mais despretensioso Coral, do sorridente José, tem também algum marisco e boas outras coisas do mar.
Continuo - culpa minha! - sem ir há uns tempos ao Dona Belinha, no Hotel Meira, esperando que possa estar à altura da restauração de qualidade a que este clássico hotel de Âncora nos habituou.
Continuo - culpa minha! - sem ir há uns tempos ao Dona Belinha, no Hotel Meira, esperando que possa estar à altura da restauração de qualidade a que este clássico hotel de Âncora nos habituou.
A caminho de Viana, tem um pouso forte e seguro na Mariana, em Afife, com peixe sempre de qualidade.
Viana do Castelo nunca foi uma "meca" gastronómica, salvo no tempo (há muito ido) do bacalhau da Margarida da Praça e dos mariscos da Zefa Carqueja (cuja reedição recente, noutro registo de oferta, me não convenceu). Longe vai também a graça estival do Raio Verde e a novidade que foi o Luziamar, ambos no Cabedelo. Em tempos, comeu-se bem no Viana-Mar, como também aconteceu no início do Alambique (já fechado), que tem a mesma origem. O restaurante da excelente estalagem Melo e Alvim, que tinha boa qualidade, fechou, entretanto - e é pena! Teve o seu tempo o Cozinha das Malheiras, que também se foi. Mas eu tenho grandes saudades da Pensão Freitas, do Sport e, nos anos logo após a sua abertura, do Costa Verde.
Onde se come em Viana, nos dias de hoje?
Para um menu tradicional, num ambiente simpático e com um serviço familiar, recomendo o Laranjeira, junto à avenida principal da cidade, sob a batuta do meu amigo José Laranjeira. É, de há décadas, o meu poiso mais frequente na cidade.
Na zona portuária, junto ao castelo, procure-se a Tasquinha da Linda, com excelente peixe e marisco, uma das novidades positivas da gastronomia vianense. Com um ótimo serviço e a simpatia da Linda.
O Maria de Perre, junto à avenida central, é uma opção simpática e apresenta uma cozinha estável.
A dois passos, o Casa de Armas, com outras pretensões, é um lugar onde já comi bastante bem mas também de onde já saí menos satisfeito. Mas continuo a dar-lhe o benefício da dúvida, porque é uma casa que foi responsável por um salto de qualidade na gastronomia da cidade.
Na zona nova em frente à nova biblioteca, testei há tempos O Manel, versão moderna de uma casa que conheci ali por perto. Sem desiludir, necessito ainda de ser convencido.
Uma nota de memória para a Tasca do Valentim, agora só tem o espaço especializado em grelhados, no Campo da Senhora da Agonia.
Num registo acentuadamente turístico, o Três Potes cumpre a sua função, que é extensiva ao Santoínho, na saída de Darque para o Porto, pela estrada antiga.
E resta uma nota para o restaurante da Pousada de Santa Luzia, no alto do monte com o mesmo nome, para dizer que, não obstante um serviço atento e muito simpático, apresenta uma relação qualidade/preço pouco favorável.
Fora da urbe, a caminho de Ponte de Lima, aconselho o Camelo, em Santa Marta de Portuzelo.
Onde se come em Viana, nos dias de hoje?
Para um menu tradicional, num ambiente simpático e com um serviço familiar, recomendo o Laranjeira, junto à avenida principal da cidade, sob a batuta do meu amigo José Laranjeira. É, de há décadas, o meu poiso mais frequente na cidade.
Na zona portuária, junto ao castelo, procure-se a Tasquinha da Linda, com excelente peixe e marisco, uma das novidades positivas da gastronomia vianense. Com um ótimo serviço e a simpatia da Linda.
O Maria de Perre, junto à avenida central, é uma opção simpática e apresenta uma cozinha estável.
A dois passos, o Casa de Armas, com outras pretensões, é um lugar onde já comi bastante bem mas também de onde já saí menos satisfeito. Mas continuo a dar-lhe o benefício da dúvida, porque é uma casa que foi responsável por um salto de qualidade na gastronomia da cidade.
Na zona nova em frente à nova biblioteca, testei há tempos O Manel, versão moderna de uma casa que conheci ali por perto. Sem desiludir, necessito ainda de ser convencido.
Uma nota de memória para a Tasca do Valentim, agora só tem o espaço especializado em grelhados, no Campo da Senhora da Agonia.
Num registo acentuadamente turístico, o Três Potes cumpre a sua função, que é extensiva ao Santoínho, na saída de Darque para o Porto, pela estrada antiga.
E resta uma nota para o restaurante da Pousada de Santa Luzia, no alto do monte com o mesmo nome, para dizer que, não obstante um serviço atento e muito simpático, apresenta uma relação qualidade/preço pouco favorável.
Fora da urbe, a caminho de Ponte de Lima, aconselho o Camelo, em Santa Marta de Portuzelo.
Mais para sul, abaixo de Esposende, encontrará uma expressão marítima deste último restaurante, no Camelo da Apúlia, mas a última vez que por lá passei saí um pouco desiludido.
Num ambiente curioso de velha pensão, a Rita Fangueira, em Fão, continua, há muitos anos, a ser uma opção curiosa, mas já lá não vou há tempos.
Num ambiente curioso de velha pensão, a Rita Fangueira, em Fão, continua, há muitos anos, a ser uma opção curiosa, mas já lá não vou há tempos.
À entrada da Póvoa de Varzim, uma espécie (agora) renovada de barco acolhe o sempre excelente Marinheiro, onde nunca tive uma má experiência.
Dentro do casino na cidade, com sofisticação, come-se muito bem no Egoísta. Caro, claro.
Se quiser ia a Vila do Conde, encontrará um bom poiso no nunca desmerecido Ramón (mas será que ainda estamos no Minho?).
Dentro do casino na cidade, com sofisticação, come-se muito bem no Egoísta. Caro, claro.
Se quiser ia a Vila do Conde, encontrará um bom poiso no nunca desmerecido Ramón (mas será que ainda estamos no Minho?).
Vamos agora avançar para o interior.
A caminho de Barcelos, na Pedra Furada, a Maria é um clássico sempre seguro e interessante, com uma garrafeira notável.
O mesmo se diga para a Bagoeira, no centro de Barcelos, onde só não aconselho visitas nos movimentados fins-de-semana de verão.
Um pouco mais a sul, perto de Santo Tirso, vale a pena passar por Rebordões e visitar o Cá-te-espero, com comida simples, mas de grande qualidade.
Seguindo para Vila Nova de Famalicão, uma terra ainda não refeita da saudade do Íris, não se sai totalmente desencantado do histórico Tanoeiro ou, num registo bem mais popular, à vizinha Sara Barracoa.
Mas, se quiser sair um pouco da urbe, terá uma magnífica experiência no Ferrugem. Trata-se de um local de grande qualidade, com uma cozinha inventiva. O serviço é excelente. Dalila e Renato Cunha criaram um belo espeço com alta qualidade a condizer. Telefone antes a perguntar como lá chegar, porque, sem GPS, não é fácil.
Guimarães deu um merecido "salto" com a Capital da Cultura, aventura em que por lá andei com alguma frequência. Ficam saudades do histórico Jordão e do estimável Virabar, dois locais que marcaram a cidade, por anos.
Dessas visitas, ficaram-me na (boa) memória algumas visitas ao renovado Oriental, onde sempre tive boas experiências.
De igual modo, comi muito bem no Novo Restaurante Nora do Zé da Curva. Convém notar que o Antigo Nora do Zé da Curva é ainda uma opção agradável.
Com a segurança de uma cozinha tradicional, regressei com gosto ao clássico Florêncio, em S. Torquato.
Tive já uma experiência bastante aceitável no moderno PapaBoa, perto da universidade, sendo que o seu prolongamento no Histórico, tendo muita graça como espaço, parece-me ficar aquém na exigência culinária, talvez produto da pressão turística.
Opção atual é ainda o Café Concerto Vila Flor (uma agradável surpresa, no centro cultural com o mesmo nome).
O mesmo se diga para a Bagoeira, no centro de Barcelos, onde só não aconselho visitas nos movimentados fins-de-semana de verão.
Um pouco mais a sul, perto de Santo Tirso, vale a pena passar por Rebordões e visitar o Cá-te-espero, com comida simples, mas de grande qualidade.
Seguindo para Vila Nova de Famalicão, uma terra ainda não refeita da saudade do Íris, não se sai totalmente desencantado do histórico Tanoeiro ou, num registo bem mais popular, à vizinha Sara Barracoa.
Mas, se quiser sair um pouco da urbe, terá uma magnífica experiência no Ferrugem. Trata-se de um local de grande qualidade, com uma cozinha inventiva. O serviço é excelente. Dalila e Renato Cunha criaram um belo espeço com alta qualidade a condizer. Telefone antes a perguntar como lá chegar, porque, sem GPS, não é fácil.
Guimarães deu um merecido "salto" com a Capital da Cultura, aventura em que por lá andei com alguma frequência. Ficam saudades do histórico Jordão e do estimável Virabar, dois locais que marcaram a cidade, por anos.
Dessas visitas, ficaram-me na (boa) memória algumas visitas ao renovado Oriental, onde sempre tive boas experiências.
De igual modo, comi muito bem no Novo Restaurante Nora do Zé da Curva. Convém notar que o Antigo Nora do Zé da Curva é ainda uma opção agradável.
Com a segurança de uma cozinha tradicional, regressei com gosto ao clássico Florêncio, em S. Torquato.
Tive já uma experiência bastante aceitável no moderno PapaBoa, perto da universidade, sendo que o seu prolongamento no Histórico, tendo muita graça como espaço, parece-me ficar aquém na exigência culinária, talvez produto da pressão turística.
Opção atual é ainda o Café Concerto Vila Flor (uma agradável surpresa, no centro cultural com o mesmo nome).
Mas, voltando ao início deste post, se está por estas bandas, lembre-se do início deste texto e aproveite para ir ao S. Gião - como disse, um dos grandes restaurantes portugueses, situado em Moreira de Cónegos, junto ao estádio do Moreirense, sem grandes anúncios exteriores., porque não precisa... Não conhecer esta "catedral" oficiada por Pedro Nunes é imperdoável.
E chegamos a Braga, onde as coisas mudaram muito, desde o tempo dos desaparecidos e saudosos Narcisa e Abade de Priscos e onde o Sameiro já viveu melhores dias.
O Arcoense é, a meu ver, o grande "must" da cidade. Voltei lá recentemente e está esplendoroso na gastronomia, servido por uma nova decoração.
Num registo também muito seguro, desde há muito, o Expositor do Migaitas oferece um serviço excelente.
A grande descoberta que, entretanto, fiz foi o Flor de Sal, um pouco fora do centro, onde tive uma excelente refeição.
O Inácio e o Cruz Sobral continuam a ser dois clássicos de confiança, sendo que O Alexandre também não desmerece. Falaram-me também bem da Casa da Artes, mas ainda por lá não passei.
O Arcoense é, a meu ver, o grande "must" da cidade. Voltei lá recentemente e está esplendoroso na gastronomia, servido por uma nova decoração.
Num registo também muito seguro, desde há muito, o Expositor do Migaitas oferece um serviço excelente.
A grande descoberta que, entretanto, fiz foi o Flor de Sal, um pouco fora do centro, onde tive uma excelente refeição.
O Inácio e o Cruz Sobral continuam a ser dois clássicos de confiança, sendo que O Alexandre também não desmerece. Falaram-me também bem da Casa da Artes, mas ainda por lá não passei.
Em Ponte de Lima, uma bela vila que teima em não querer ser cidade, a escolha é grande.
Descubra, nos arredores (porque dá algum trabalho, no caminho para a Madalena), o extraordinário Bocados, um magnífico modelo de cozinha, ao mesmo tempo tradicional e inventiva, onde sempre comi muito bem.
Pode-se também ir, à confiança, à Carvalheira, em Arcozelo (do outro lado da ponte).
Num edifício novo, o belo Açude, sobre o rio, não desilude.
Para o sarrabulho, tem sempre os dois vizinhos concorrentes: o Manuel Padeiro e a Encanada.
A Tulha também é uma boa experiência. Mas, por ali, eu ainda tenho saudades das portas de vai-e-vem da Clara Penha (quem se lembra?) e dos outros tempos do Gaio.
Descubra, nos arredores (porque dá algum trabalho, no caminho para a Madalena), o extraordinário Bocados, um magnífico modelo de cozinha, ao mesmo tempo tradicional e inventiva, onde sempre comi muito bem.
Pode-se também ir, à confiança, à Carvalheira, em Arcozelo (do outro lado da ponte).
Num edifício novo, o belo Açude, sobre o rio, não desilude.
Para o sarrabulho, tem sempre os dois vizinhos concorrentes: o Manuel Padeiro e a Encanada.
A Tulha também é uma boa experiência. Mas, por ali, eu ainda tenho saudades das portas de vai-e-vem da Clara Penha (quem se lembra?) e dos outros tempos do Gaio.
Que resta ainda do Minho?
Quem vai na estrada de Braga em direção a Chaves, no lado contrário a Póvoa do Lanhoso, encontrará o Victor, em S. João do Rei, com o seu famoso bacalhau.
Mais a ocidente, na estrada que sai de Amares (onde o Milho Rei já teve o seu tempo) para o Gerês (localidade onde não se come!), é famoso o restaurante da Pousada, em Santa Maria do Bouro, com a sua mesa de doçarias (perto, havia o velho e imenso Abadia, mas perdi-lhe o rasto, há uns bons anos).
Um pouco mais longe, em Terras de Bouro, o Abocanhado é uma excelente opção gastronómica, além de um cenário deslumbrante.
O Torres, numa periferia de Vila Verde, é uma opção sempre interessante.
Mais a ocidente, na estrada que sai de Amares (onde o Milho Rei já teve o seu tempo) para o Gerês (localidade onde não se come!), é famoso o restaurante da Pousada, em Santa Maria do Bouro, com a sua mesa de doçarias (perto, havia o velho e imenso Abadia, mas perdi-lhe o rasto, há uns bons anos).
Um pouco mais longe, em Terras de Bouro, o Abocanhado é uma excelente opção gastronómica, além de um cenário deslumbrante.
O Torres, numa periferia de Vila Verde, é uma opção sempre interessante.
Lembro ainda o Conselheiro, em Paredes de Coura, onde já se comeu muito bem na clássica Miquelina já está longe de ser o que era.
Em Ponte da Barca, as minhas experiências nos últimos anos não foram as melhores (O Moínho foi uma desilusão), pelo que abalo sempre, quilómetros acima, para os Arcos de Valdevez, onde o Grill Costa do Vez, que conheço há décadas, é uma boa opção, desde que fora do período de férias e festas.
Em direção ao norte, no Soajo, o Espigueiro costuma ser de confiança, mas já lá não passo há alguns anos.
Em Ponte da Barca, as minhas experiências nos últimos anos não foram as melhores (O Moínho foi uma desilusão), pelo que abalo sempre, quilómetros acima, para os Arcos de Valdevez, onde o Grill Costa do Vez, que conheço há décadas, é uma boa opção, desde que fora do período de férias e festas.
Em direção ao norte, no Soajo, o Espigueiro costuma ser de confiança, mas já lá não passo há alguns anos.
É tudo quanto a minha experiência de restauração no Minho me leva a notar, complementado por apontamentos de "informadores". Não excluo que possa estar a ser injusto para algumas casas, por omissão, exigência ou mero arbítrio. Mas este é o risco de quem ousa ter opiniões.