Uma deslocação para as festas do S. João, no Porto, não poderia resumir-se, naturalmente, a umas sardinhas (de preferência não congeladas) locais, acompanhadas por um verde tinto. Já que decidimos ir para o Norte, haveria que aproveitar o ensejo para algumas sortidas gastronómicas.
Saindo de Lisboa no sábado, pensámos em algumas hipóteses em redor da A8/A17. Excluídas - em absoluto! - todas as áreas de serviço desse percurso, já não pudemos contar com o Trás da Orelha, uma saudosa casa na primeira saída para Torres Vedras, há meses desaparecida. Almoçar no excelente Tribeca, em Serra d'El Rei, ou no muito recomendável Traçadinho, bem perto de Óbidos, seriam boas opções, como o seria o magnífico Sabores de Itália, nas Caldas da Raínha. Mas era cedo. Rumámos assim a Aveiro, tendo decido aportar, uma vez mais, no
Os bacalhaus são os pratos fortes da casa. Desta vez, porém, não obstante a qualidade do produto, a confeção das duas versões experimentadas ficou algo distante das provas anteriores, como se deixou registado aos funcionários. É um local bonito, de preços bastante elevados, que parece necessitar de mais algum cuidado na cozinha. Mas estou aberto ao contraditório...
E de Aveiro partimos para Guimarães. A tentação, sempre que andamos nessa área, é ir ao S. Gião, em Moreira de Cónegos, a grande catedral gastronómica do Norte, onde a mão de mestre de Pedro Nunes dá sólidas garantias de inolvidáveis experiências. A própria cidade de Guimarães tem espaços muito interessantes e dignos de visita, como é o caso do Café Oriental ou do novo Nora do Zé da Curva, entre outros. Mas, a curiosidade de revisitar um lugar que começa a ser de culto, foi maior. E assim decidimo-nos pelo
A casa de Dalila e Renato Cunha justifica amplamente o "Garfo d'Ouro" este ano atribuído pelo Expresso. Foi um jantar soberbo, com um menu de degustação, deixado à criatividade do chefe, com uma muito boa harmonização de vinhos. Saímos amplamente satisfeitos.
O dia seguinte, por ser domingo, fechava algumas portas. Pensámos ir a Barcelos. A clássica Bagoeira está sempre aberta e andamos há uns tempos para regressar à Pedra Furada. Também Braga esteve na nossa mira. O Arcoense seria melhor hipótese na cidade, mas também apetecia confirmar como vai andando o Flor de Sal. Mas decidimo-nos por almoçar em Ponte de Lima. Aí, as escolhas são muitas. Mas, ao domingo, o Bocados, a nossa primeira opção, estava fechado. A Carvalheira estava "à cunha", o Encanada e o Manuel Padeiro transbordavam de turistas. Ainda pensámos dar uma saltada a Viana do Castelo, onde o Laranjeira e a Tasquinha da Linda estavam abertos e eram uma opção segura. Mas decidimos tentar, ainda em Ponte de Lima, um restaurante de que nos tinham falado bem e que, um tanto surpreendentemente, tinha pouca gente. E assim fomos a
Não nos arrependemos! Comeu-se muito bem, num ambiente rústico, com um serviço muito atencioso e uma variedade de escolha bastante apreciável, a um preço aceitável. Voltaremos um dia.
A noite ia ser já passada no Porto, porque o S. João aproximava-se. Jantar ao domingo no Porto, não é fácil, embora haja muito boas opções em Leça ou em Matosinhos (como a Marisqueira ou a Antiga). Alguns clássicos de confiança do Porto estavam encerrados: o DOP ou o Pedro Lemos, num estilo, o Aleixo, a Cozinha do Manel, noutro. Abertos e de qualidade estavam o sempre excelente Cafeína e a sua alma gémea do outro lado da rua, o Terra. E também o Paparico, embora num lugar bem longínquo, que já não visitamos desde que de lá partiu o amigo Cardoso. Mas o dia fora longo e uma opção mais ligeira impunha-se. Foi assim que acabámos por ir parar (embora não de elétrico, que passa a palmos) a uma das casas mais em voga nos últimos tempo, a
É difícil descrever a oferta gastronómica deste pequeno restaurante, em frente à foz do Douro. Trata-se de uma lista que muda mensalmente e onde o chefe João Lameira combina, numa espécie muito original de "fusão", produtos muito variados, em doses que se partilham e acabam por redundar numa bela refeição. Experimentem!
No dia seguinte, 2ª feira, dia de S. João, havia que ter a coragem de rumar à Ribeira e por lá almoçar. A conselho avisado de amigos que se nos juntaram, tivemos uma soberba refeição na
Adega de São Nicolau
Trata-se de um espaço pequeno mas muito bem aproveitado. E de grande qualidade. Por lá encontrámos, com convidados estrangeiros, o presidente da municipalidade, o que é quase um cartão de visita para a casa...
Restava a noite de S. João, propriamente dita. Ir para um restaurante vulgar era um desperdício. Abancar numa mesa de uma tasca da Ribeira a comer sardinhas, sendo embora típico, era a garantia de um tempo algo incómodo, desde logo pela espera, além da experiência gustativa banalíssima. Foi então que me recordei que, há meses, estivera num lugar com uma vista esplendorosa sobre o Douro e a ponte D. Luís, o que permitiria uma quase imbatível vista do fogo de artifício da meia-noite. Restava saber se haveria lugares. Por um milagre, restava uma mesa! Foi assim que acabámos por jantar no
O restaurante situa-se nas caves Graham's, em Gaia. O jantar não desiludiu. O "menu de S. João" era simples. Para além das sardinhas - muito boas! - comeu-se a grande especialidade da casa, a "vaca velha de Trás-os-Montes", uma carne maturada ao natural. A refeição foi longa. Veio a meia-noite, houve várias libações, lançaram-se balões e fez-se a festa.
3ª feira. Regresso a Lisboa. O almoço fez-se por Espinho, uma terra infelizmente um pouco descaraterizada. Tinham-me falado de um espaço gémeo da "Casa de Pasto da Palmeira", no Porto. E assim se fez um almoço leve e muito agradável no
Depois deste périplo, só posso revelar que a caseira refeição final do dia foi acompanhada a "Pedras"...
Pedras pode ser..............
ResponderEliminarDa próxima incursão ao norte, não deixar de passar por Marrazes, Leiria e fazer uma merecida visita ao " Puttanesca"
ResponderEliminarAbraço do Aldini
Caro Aldini. Já fui ao "Puttanesca", com um ar de taberna espanhola, num alto sobre Leiria.. Mas - creio não estar enganado! - não é em Marrazes, localidade onde - isso sim! - fica o "Tromba Rija"
ResponderEliminara comer assim ainda fica mais gordo que o jardim...
ResponderEliminarobrigado pelas sugestoes
Para comer bem é necessário conhecer os restaurantes. Mas isso não chega, é preciso ter sorte com os dias. Tenho sido bem servido em alguns restaurantes e, passado algum tempo, muito mal servido...
ResponderEliminarPara comer bem(ou mal) é preciso é preciso ter sorte?
EliminarCompletamente de acordo!
-Acontece que os Portugueses de tão espoliados, nem mal conseguem saciar a fome.
O Sr. Seixas da Costa, sempre atento aos comentários que ferem o seu Regulamento Bloguista, "aprovou" o meu comentário.
EliminarLamento não se tenha manifestado, o que é de todo compreensível, para quem aceder a este blog, e não circular distraído, nesta passadeira VIP.
Caro Anónimo de 6 de julho. Eu sei que estes comentários são, tal como a comida, "perecíveis". Por isso, é ir já!
ResponderEliminarFilomena
ResponderEliminarObrigada por partilhar as suas incursões gastronómicas. Em Agosto vou ao Norte e hei-de experimentar algumas. Já agora, o Trás d´Orelha não fechou, mudou de local (ainda não fui ao novo espaço) http://www.trasdorelha.com/
Boa tarde, gostaria de saber se aceita recomendações e se posteriormente faz a sua crítica no Blog? Obrigada
ResponderEliminarCara Sara Farinha: com todo o gosto aceito sugestões, que pode colocar aqui. Mas não posso prometer segui-las, porque a minha vida não é "isto"...
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