Há muitos anos que me habituei a frequentar os poisos do casal Nobre - Justa e José Nobre. Comecei, como toda a gente, por aquele espaço histórico na Ajuda onde, nos anos 80 e 90, o Portugal político parava para almoçar, nas salas pequenas, bem ao jeito das conspirações que então estavam na ordem do dia. Depois, fui cliente do restaurante que tiveram na Expo, que creio ter sido uma aposta com prazo de validade. As coisas, a partir daí, por algum tempo, não correram como a família merecia.
Um dia, vi a família Nobre regressar a um local com dignidade, junto ao Campo Pequeno. O nome da Justa Nobre, apoiada na cozinha pelas suas irmãs, começou a destacar-se no palco da gastronomia portuguesa, com um cada vez mais amplo reconhecimento da sua qualidade e, muito em especial, do seu esforço em dar evidência aos produtos da terra transmontana. E o “Nobre” do Campo Pequeno, dirigido com a elegância diplomática de sempre por José Nobre, começou a ganhar fama - eu diria mesmo, “Justa” fama! O cozido dos domingos no “Nobre” é um marco lisboeta.
O “Nobre” é hoje, em Lisboa, um dos meus restaurantes preferidos. Tem uma caraterística muito “confortável”: é seguro, constante, por lá come-se sempre bem. É barato? Não é, mas é bom. Quando um amigo estrangeiro me pergunta por dois ou três lugares para comer bem em Lisboa, o “Nobre” está sempre nessa lista.
A família abriu agora uma segunda casa, o “À Justa”, na calçada da Ajuda, perto do local onde ficou a casa original. É uma sala diferente, para outro tipo de clientela. Só posso desejar sorte à aposta.
Mais “modesto”, eu fico-me, com grande regularidade, pelo “Nobre” do Campo Pequeno. E ainda está por vir o dia em que me arrependa de por lá pousar! A “minha” mesa preferida é a da direita, na fotografia...
Sem comentários:
Enviar um comentário