Trouxemos para o Alentejo um amigo que não gosta de coentros, o que, em matéria de restaurantes, obriga a algum jogo de cintura. Ontem, decidimos ir ao Fago, um pequeno (16 lugares) restaurante de "cozinha de autor", em Marvão, de que eu ouvira falar bastante bem. Conseguiu-se conciliar a restrição do nosso amigo com o menu algo sofisticado, e não muito longo, que a casa oferece. E saímos bastante satisfeitos.
A cozinha é dirigida por Diogo Branco e a sala por Daniel Boto, um dos eixos do festival de música do burgo, numa aliança de vontades que parece condenada ao sucesso. O ambiente é elegante, mas agradavelmente solto, sem ser excessivamente produzido. Imperou a simpatia no atendimento. Escolhemos três entradas, três pratos e duas sobremesas. Se forem ao site, adivinharão as escolhas. A lista de vinhos, com fortíssima componente de origem local, era impressionante. Fomos para um vinho simples do estremocense Howard's Folly, com um preço razoável para os tempos que correm. A refeição foi avançando a bom ritmo, sem falhas e com algumas simpáticas surpresas. No Fago não se vive sob a pressão do tempo, pelo que o jantar fluiu sempre com harmonia. A mesa foi a da fotografia, mas demos-lhe a devida animação.
O Fago consegue uma produção gastronómica de excelente qualidade - a julgar pela carta que ensaiámos e fomos informados que outras vão surgindo com o rodar dos tempos. O espaço não está aberto de forma contínua, pelo que se recomenda reservas com antecedência, tanto mais que os lugares são limitados.
O preço foi adequado à qualidade do que foi consumido. Mas este é, como é óbvio, um critério que assumo como muito pessoal e intransmissível. Ah! E o nosso amigo, entre outras coisas, gostou da belíssimas azeitonas que chegaram à mesa. Com sementes de coentro que ele nem notou...
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