Não me recordo da primeira vez que comi no “31 da Armada”, no largo da Armada, a dois passos do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mas deve ter sido ainda em 1975, na descoberta que eu então fazia das paragens das redondezas onde poderia amesendar à hora de almoço, acabado de entrar na carreira diplomática.
A verdade é que ninguém chamava esse nome ao restaurante: era conhecido como “as espanholas”, provavelmente por ser propriedade ou gerido por senhoras daquela origem. Passei por ali, com pouca regularidade, nesses anos. Depois, só voltei muito a espaços, a penúltima vez das quais para jantar, num domingo, numa casa quase deserta. As memórias da comida das “espanholas” não são de molde a trazer-me lembranças notórias. Mas, podendo estar enganado e a ser influenciado pela vizinhança ibérica, creio que por lá havia umas Lulas à sevilhana. Mas isso foi há muitos anos.
Ontem passei por lá. Havia estacionamento e uma mesa “à fresca”, no belo 25 de abril que este ano nos saiu em boa rifa. Notei que o restaurante teve uma forte “renovada”. Está irreconhecível. Mudou em tudo. Lá dentro, na decoração, não gostei, achei pesado, algo pretencioso. Mas isso é o menos.
Cá fora, na esplanada, as mesas são agora metade do que eram, sendo muito difícil acomodar as coisas. Os preços, esses, subiram três vezes aquilo de que me lembrava.
E a comida, perguntará o leitor prático? Essa, meus amigos, melhorou quatro ou cinco vezes mais. Comi uma Vitela Branca maturada com Linguini de Trufa que foi das melhores coisas que me caíram no prato desde há várias semanas. O serviço, onde não descortinei portugueses, é muito simpático, embora um tanto errático. Vou voltar? Talvez, mas é um local um pouco caro, muito para a vaga de turistas, embora tenha um menu executivo para almoços.
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