Conheço o preconceito: “Restaurante de hotel? Não gosto!” É uma reação tradicional e até compreensível de muita gente, fruto de experiências em locais “plásticos”, com uma oferta standardizada e pouco apelativa, às vezes a preços especulativos. Devo dizer que, também eu, resisto muito a esse tipo de escolhas, não apenas por algumas más recordações passadas, mas, essencialmente, porque os restaurantes situados fora dos hotéis têm, em regra, muito mais graça.
Em Lisboa, vivo numa zona onde não abundam os restaurantes. A área da Lapa / Janelas Verdes, mesmo se alargada à Estrela, Madragoa e Santos, não oferece muitas hipóteses de boa qualidade.
Perto de minha casa, a curta distância, as melhores opções são, seguramente, o “Geographia”, junto ao museu de Arte Antiga, e o “Clube de Jornalistas”, no topo das Trinas. Claro que também há, ao fundo das Trinas, o “Travessa”, mas isso já implica partir para uma “conta calada” (constato agora que há muito tempo que não faço uma visita à Vivianne). Depois, há coisas simples, na Madragoa, como a estimável “Varina”, onde pontua às mesas o meu amigo Veiga, e a agradável “Osteria”. Existem ainda, na rua da Esperança, outros locais de que nunca fui cliente regular. Em Santos, onde o “Frade dos Mares” se recomenda, já não vou há muito a um pouso que teve graça e fama, no tempo que era dirigido pela Sofia, o “Guarda Mor”. Tudo o resto que por ali existe não me parece muito apelativo, apenas com uma nota simpática para o “Lezíria”, mas admito poder estar a ser algo injusto. Já um pouco mais distante, mas não a “walking distance” para um comodista profissional como assumo ser, é de justiça assinalar o “Come Prima”, um belíssimo italiano.
Um dia, olhei para dentro de um hotel novo que existe junto ao museu de Arte Antiga, entrei para ver o espaço e beber um café, pedi a lista do restaurante (pedi, é uma força de expressão: li no QR Code, única forma de chegar à ementa) e achei graça ao que ali se propunha. Era comida com agradáveis notas portuguesas, a preços bem razoáveis. Fiquei com aquilo “no ouvido” e, num domingo, decidi ir lá almoçar. Ambiente agradável, serviço atento e profissional, pratos com qualidade e variedade, podendo optar-se por soluções mais ligeiras. Já lá voltei lá duas vezes, uma das quais há poucas horas. Saí sempre satisfeito.
O restaurante “A Mesa”, no hotel “The Emerald House”, é, podem crer, uma escolha muito simpática. Mas admito que o facto de eu poder ir lá a pé, ido de casa, contribua para enviesar, pela positiva, esta minha opinião.
R das Janelas Verdes, 130
Tlf. 211 506 110
Obrigado. Devia de criar um Blog de restaurantes por regiões. No Boa Cama Boa Mesa aparece algumas desgraças. carlos matos
ResponderEliminarmuito obrigada Embaixador Seixas da Costa. Sigo sempre com muito interesse os seus sábios conselhos. Cumprimentos, Ana Marques Lopes
EliminarPelo contrário: os restaurantes aos quais se pode ir a pé a partir de nossa casa são sempre os melhores e mais recomendáveis para nós. Não temos nada que pedir desculpa por esse facto.
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