Nunca ali comi mal. Pensar isto de um restaurante, que se visita com alguma frequência, é algo que nos faz ter vontade de lá regressar. Há anos que o José António nos oferece uma cozinha genuína, segura, competente e profundamente nortenha, com um serviço agradável. Porque, nos últimos anos, por razões profissionais, me hospedo no Porto num hotel logo ali ao lado, visitar a “Cozinha do Manel” tornou-se para mim num hábito, num bom vício. E há que notar que, num dos extremos daquela rua do Heroísmo, havia a tentação do polvo no “Aleixo”, agora definitivamente fechadoEm tempos de pandemia, existe a obrigação de apoiar, com a nossa visita, os bons restaurantes de que gostamos. Como é a Cozinha do Manel.
24.9.20
Depois do confinamento: “A Cozinha do Manel”
Nunca ali comi mal. Pensar isto de um restaurante, que se visita com alguma frequência, é algo que nos faz ter vontade de lá regressar. Há anos que o José António nos oferece uma cozinha genuína, segura, competente e profundamente nortenha, com um serviço agradável. Porque, nos últimos anos, por razões profissionais, me hospedo no Porto num hotel logo ali ao lado, visitar a “Cozinha do Manel” tornou-se para mim num hábito, num bom vício. E há que notar que, num dos extremos daquela rua do Heroísmo, havia a tentação do polvo no “Aleixo”, agora definitivamente fechadoEm tempos de pandemia, existe a obrigação de apoiar, com a nossa visita, os bons restaurantes de que gostamos. Como é a Cozinha do Manel.
23.9.20
Depois do confinamento: “Gambrinus” ( Lisboa)
22.9.20
Depois do confinamento: “Casa d’Armas (Viana do Castelo)
Quando vi nascer o “Casa de Armas”, ali perto do rio, numa casa senhorial de Viana do Castelo, que fazia parte do meu cenário de infância em férias, fiquei esperançado em que o restaurante pudesse contribuir para dar um abanão gastronómico a uma cidade que, no passado, nunca foi conhecida por ter grandes expoentes de restauração. Era um tempo em que, à parte a oferta tradicional e segura do “Laranjeira”, que sempre foi a minha “cantina” vianense de estimação, com o surgimento (que acabou por ser efémero) do “Cozinha das Malheiras” e a graça inicial do “Maria de Perre”, éramos muitas vezes tentados a dar uma saltada ao “Camelo”, a Leste, ou à “Mariana”, a Norte. Às vezes, nos primeiros tempos, a comida da “Casa d’Armas” pareceu-me demasiado pesada, outras vezes, a relação qualidade-preço causava-me algumas dúvidas. Tudo isso passou. Hoje, não tenho dúvidas nenhumas: frequento e recomendo a “Casa d’Armas”. É um expoente nas mesas da cidade. Está-se a comer ali muito bem, com o grande profissionalismo do serviço de sala que sempre foi apanágio da casa, o que proporciona refeições memoraveis.
21.9.20
Depois do confinamento: “Poleiro” (Lisboa)
Quando, em 1985, chegado de posto em Angola, fui viver para perto do Campo Pequeno, alguém me disse maravilhas de um restaurante que tinha acabado de abrir, na rua de Entrecampos - o Poleiro. Eram dois irmãos Martins: o Manuel, a chefiar a cozinha, e o Aurélio, a dirigir a sala, então minúscula (não chegava a 30 lugares; depois aumentou apenas um pouco mais). A oferta inicial era eclética: havia espetadas madeirenses e comida minhota, por exemplo. O Aurélio, nos vinhos, converteu-se num constante descobridor de coisas novas e excelentes.
Por muitos anos, o Poleiro foi um “caso” numa restauração lisboeta que estava então muito longe de ter o leque de diversidade que hoje tem. Havia filas à porta. Ao almoço, era o mundo da política, do jornalismo, das empresas. À noite, eram casais e pequenos grupos. As reservas eram feitas com grande antecedência. Havia dias “impossíveis”.
Vivendo a cinco minutos a pé, tornei-me, de um regular frequentador, num bom amigo da casa. E já lá vão 35 anos. Noites houve em que o Aurélio me dizia, pelo telefone: “Pode ir descendo, que a sua mesa está quase pronta”, depois da rodada anterior. E, lá chegado, sabia ter à minha espera os peixinhos da horta e um belo queijo amanteigado, que ainda hoje vejo figurar por detrás dos níveis de colesterol das minhas análises. Grandes noitadas, com a família e amigos, passei no Poleiro.
Quem me conhece sabe que fiz sempre, por todo o lado, imensa “propaganda” do Poleiro. Não por ter a sua gente por amiga, mas porque achava, e continuo a achar, que por ali se servia e serve uma das mais genuinas cozinhas de Lisboa. Sem quebras, sem cedências, sem recuos na qualidade dos produtos.
Hoje, como é da lei da vida, os dias do “Poleiro” não são os mesmos desse tempo, somada agora a pandemia a tudo o resto. Há muitos concorrentes, diversas ofertas gastronómicas, modas a prevalecerem. Mas o Poleiro ali está, impecável no que nos propõe, como ainda há muito pouco tempo tive ocasião de comprovar, numa visita que fiz à minha “cozinha”, como o Pedro d’Anunciação escreveu, há quase 15 anos, num artigo numa revista que encontrei por lá encaixilhado e de que aqui deixo imagem para memória presente.
20.9.20
Depois do confinamento: “Solar dos Pintor” (Manjoeira)
Não, não há erro nenhum de concordância no nome deste restaurante: é assim mesmo. É na Manjoeira, passando A-das-Lebres, depois de Loures. Fui lá pela primeira vez na semana passada, voltei lá ontem. A Dona Áurea, que dirige a cozinha, prepara uns petiscos de grande categoria, mudando a ementa de dia para dia. A garrafeira é sensacional e a relação qualidade/preço é do melhor que tenho encontrado. Se prometerem deixar sempre uma mesa para mim, podem lá ir. À confiança!
19.9.20
Depois do confinamento: “Galito” (Lisboa)
Há alguns restaurantes que servem boa comida alentejana em Lisboa. Mas só há uma única casa em Lisboa que, verdadeiramente, pode ser qualificada como sendo um restaurante 100% alentejano: o “Galito”. O Henrique, com mão de mestre e atenção pelos clientes, seguindo a tradição da sua mãe, a saudosa D. Gertrudes, continua a oferecer, ali para as bandas do Colombo e do Colégio Militar, uma cozinha genuína e de muita qualidade. Uma culinária que vem de longe, da Aldeia da Serra, na serra da Ossa, entre o Redondo e Extremoz, onde nasceu o primeiro “Galito”, perto do “Chana do Bernardino”, que por lá continua a operar. Depois, houve, na Pontinha, o “Barrote Atiçado”, que coincidiu, pelo menos, com a primeira das três encarnações deste “Galito” (onde sou cliente desde sempre), a última das quais, espaçosa e arejada, é a atual. O “Barrote” ainda sobreviveu num centro comercial (única das casas que não conheci), deixando depois o “Galito” sozinho no terreno. E que bem que continua a comer-se no “Galito”!
18.9.20
“Mesa Marcada”
Dirigido por Duarte Calvão e Miguel Pires, por ali tem sido acompanhada a fantástica evolução que, nos últimos anos, se processou na oferta restaurativa nacional, com particular destaque para a área da “alta gastronomia”, onde Portugal começou a “dar cartas”.
Neste que está a ser um tempo muito difícil para os restaurantes portugueses, parte dos quais fortemente afetada pelo recuo do mercado turístico, o “Mesa Marcada”, com um belo e novo “endereço”, a que pode chegar clicando aqui, ajuda a manter a atenção sobre este importante setor económico nacional, do qual dependem muitos milhares de empregos e a sobrevivência de imensas famílias.
Os restaurantes portugueses estão a fazer um esforço notável, sem recuo na qualidade e no serviço, e tentando seguir, como regra geral, estritas condições sanitárias, para conseguirem atravessar este tempo de crise.
Continuar a frequentar os restaurantes é ajudar a manter vivo um setor que faz parte da nossa cultura nacional. É imperativo não deixar que a conjuntura da pandemia destrua o processo de afirmação da identidade da gastronomia que hoje se pratica em Portugal, como internacionalmente é crescentemente reconhecido.
Parabéns ao “Mesa Marcada” por ter tido o sentido de responsabilidade de saber renovar-se, precisamente neste tempo complexo e exigente.
14.8.20
Jantar
11.6.20
Depois do confinamento: que vivam os restaurantes!
Avenida dom Manuel I
Alcochete
Tel. 212 340 668
Avenida de Brasília
Lisboa
Tel. 213 636 014
Tel. 217 970 760
Avenida Serrana, 5
Serra d’El Rei (próximo de Peniche)
Tel. 262 909 461
Tel. 265 613 070
Avenida General Humberto Delgado, 16
Sines
Tel. 269 636 271
Tel. 218 952 018
Lisboa
10.1.20
"Evasões"
29.11.19
Três dicas
2.11.19
Regressei ao XL
1.4.19
O Castiço
30.3.19
Gosto do “Nobre”!
Assim, assim...
20.3.19
O “momento zero”
17.3.19
“Casas do Bragal”
11.3.19
Os clássicos do Porto
9.2.19
As estrelas de Bragança
1.9.18
Que chatice!
29.5.18
À dúzia é mais barato
Bocados (Ponte de Lima). É um pouco difícil de encontrar (rume para a Madalena, saindo depois da estrada numa bifurcação para a esquerda) este lugar excecional, onde a mão da Palmira e a simpatia do José António ajuda a sentirmo-nos em casa. O menu é o do dia, os pratos vários e sequenciais, a lista de vinhos evoluiu imenso. Os lugares são poucos, a reserva é mais do que obrigatória. Voltarei sempre que puder.
Solar dos Duques (Lisboa) - É uma das minhas “cantinas”, este espaço de Campo de Ourique. Quando, há meses, o vi trespassado para um casal de romenos, confesso que temi o pior, a descaraterização e a banalização. Enganei-me, e ainda bem! O casal, de extrema simpatia e atenção aos clientes, manteve a qualidade da casa, sem falhas, introduzindo mesmo algumas melhorias. Não tenho a menor queixa, das vezes que por lá tenho ido. Que se conserve assim!
Cozinha da Avó (Covilhã). Há anos que tinha esta visita em agenda! Numa visita de trabalho à Covilhã, convidaram-me para almoçar neste simpático restaurante. Uma lista interessante, espaço amplo, se bem que não deslumbrante, uma lista de vinhos apreciável e uma gastronomia sólida. Ficou-me uma boa impressão. Tenciono voltar, quando puder.
26.4.18
As espanholas - estão caras mas bem boas!
Não me recordo da primeira vez que comi no “31 da Armada”, no largo da Armada, a dois passos do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mas deve ter sido ainda em 1975, na descoberta que eu então fazia das paragens das redondezas onde poderia amesendar à hora de almoço, acabado de entrar na carreira diplomática.
22.4.18
Algum Minho à mesa
Um fim de semana no Minho deu para algumas incursões gastronómicas. Aqui ficam telegráficas notas das visitas, para quem estiver interessado:
18.2.18
Lisboa - 70 mesas que perdi
Nos dias de hoje, há ótimos restaurantes em Lisboa. Melhor: nunca Lisboa esteve servida por tanta oferta, tão diversa e de qualidade, em matéria restaurativa. Sinto mesmo a tentação de dizer que não “alimento” a mais leve dúvida sobre isso...
4.2.18
Alta “gastronomia”
Redescobri a delícia do pão com manteiga! Desde há anos que tinha passado a olhar com uma sobranceria crítica quem esparramava, com uma faca, aquela coisa amarela no pão, quando havia tantas outras coisas, das compotas a pastas, para lhe dar um sabor forte. Achava o pão-com-manteiga um primarismo, uma coisa de infância tardia, uma falta de imaginação.
3.2.18
Três (ou bastantes mais!) notas em Lisboa
Fui (finalmente) ao badalado JNcQUOI. Almocei no restaurante do piso nobre, naquele espaço ao lado do Teatro Tivoli, excelentemente decorado e com bom ambiente (muito turístico-abastado). Também visitei o belo balcão no andar inferior, com bons vinhos à venda. Mas voltemos ao andar de cima: a relação alimentação/serviço/preço esteve muito longe de me satisfazer. Pratos muito caros e um serviço “casual arrogant” (a nossa mesa foi brindada com um “hispano parlante” sem o mínimo de “métier” e com escassa cortesia). Mas, atenção, nada de negativo a dizer quanto à comida, antes pelo contrário. Também por aquele preço, era só o que faltava que não estivesse boa! Mas já há muito tempo que não esperava tanto tempo por um café no fim da refeição, coisa inadmissível num espaço daqueles. Pronto, ficou feito o “vezinho” e, como diz um amigo meu, fui lá três vezes: a primeira, a única e a última...
Já não ia ao Ibo, o moçambicano do Cais do Sodré há uns tempos. Sem ser deslumbrante, o espaço é simpático e, em especial, agradou-me sempre muito a esplanada exterior (agora impossível de usar à noite). O serviço é agradável e atento. O preço é um pouco desmesurado: sempre foi caro e está mais. A comida esteve assim-assim, confesso. Tinha uma ideia bem melhor da cozinha do Ibo. Embora com boa apresentação, a oferta pareceu-me um pouco “cansada”, talvez fruto de uma lista demasiado longa e do restaurante já não ter de lutar por clientela. A carta de vinhos está especulativa de mais. E, claro, não gostei que não houvesse precisamente o prato que eu queria e e o vinho que me apetecia. Não volto tão cedo.
Jantar no Gambrinus. Esta é uma Lisboa constante, cara (claro!), com um serviço impecável, rigoroso, profissional. O Gambrinus é o restaurante mais previsível que conheço. Não há surpresas, não há deceções, tudo está no ponto. É uma “senhora” por quem não passa o tempo. Perguntei por um vinho que estava na lista e que não conhecia: foi-me dada uma explicação que correspondeu, ponto por ponto, àquilo que viria a beber. E estava à temperatura certa, o que começa a ser raro por aí. E o Gambrinus tem “voiturier” ("manobrista" no Brasil), o que é comodíssimo. Ah! e café de balão, preparado ali à nossa frente, tal como são os crepes, com o fogo à vista. Grande Gambrinus! Se tivesse muito dinheiro, ia lá mais vezes.